segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Não consigo não falar disto, eu adiei mas não consigo

A banda é engraçada, a música é engraçada mas não acho piada nenhuma a que apelidem a minha geração de parva. Tirámos cursos com boas notas, tivemos estágios e trabalhos onde brilhámos, muito embora, agora, grande parte de nós esteja desempregado ou em situações precárias. Mas a culpa não é só nossa, não somos nós que pagamos o nosso ordenado, são uns parvos que nos querem explorar, nem somos nós que queremos ser estagiários, são uns parvos que se aproveitam do excesso de mão-de-obra qualificada e pagam-na barata (ou nem sequer a pagam) só porque sim, nem somos nós que queremos viver em casa dos pais, são uns parvos que inventam a EPUL  jovem para os filhinhos ricos poderem ter casa com benefícios enquanto quem precisa não arranja condições; parvos são os partidos políticos que só veem as cores de uma ideologia e não lutam por um futuro coeso. 


A pressa de ter resultados, de fazer dinheiro, de ter sucesso, de ganhar votos, de celebrar o carnaval destruiu a minha geração mas, agora, há uma data de parvos que nos querem atirar areia aos olhos. 


Claro que também temos alguma culpa nisto por aceitarmos, e nos conformarmos, com várias situações.  Nós não nos opusemos à falta de visão a longo prazo que já vem de há muito tempo. E dou por mim a pensar no que será do país daqui a 10 ou 20 anos, quando quem estiver à frente de Portugal serão uma data de estagiários que, pela primeira vez, vão ter empregos de jeito mas na altura errada, pessoas que, sem experiência, vão ter que gerir um país destruído por uma cambada de parvos que se desresponsabilizaram, apelidando o futuro com o defeito que melhor os caracteriza. 


1 comentário:

  1. http://www.destak.pt/opiniao/87876

    Depois de ler este artigo fiquei clarificado com a situação que nós vivemos nos dias de hoje. Compreendi o ponto de vista de quem está, como a Sra. Stilwell em posições influentes e supostamente imparciais como seria estar à frente de um Jornal diário... É engraçada a facilidade de quem está no miradouro de um podium social tem de criticar realidades que não sente. É triste, vergonhoso, denota uma falta de noção da realidade social que é a nossa. Talvez não devesse estar à frente de um jornal, pois a sua visão é demasiado limitada para um trabalho com esta responsabilidade.

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