quarta-feira, 27 de abril de 2011

Fundação Odemira


O Fusível Ativo foi convidado pela Tânia Mestre, coordenadora do projeto Agora! para ajudar as turmas B e D do segundo ano dos cursos CEF (nível II) da Fundação Odemira a fazer uma curta-metragem. A Fundação Odemira, através da sua Escola Profissional, promove diversos cursos técnicos na área da Hotelaria e Restauração, Informática e Produção Agrária. Com estes cursos, de nível II e IV, os jovens podem obter uma dupla certificação: escolar e profissional.

O projeto Agora, promovido pela Fundação Odemira e financiado pelo Programa Escolhas 4º geração, tem como objetivo a inclusão social de jovens que pertencem a um meio socioeconómico desfavorecido. Através de atividades em diferentes áreas, pretende chegar ao seu público-alvo através da educação não formal apoiada na inovação, criatividade, interculturalidade e respeito pela diferença.

O desafio lançado era grande: os alunos tinham que estruturar um argumento, filmar e montar um filme em 4 dias de aulas sob o tema "A floresta". Pegámos no material da escola, pedimos à Helena Lobo que participasse connosco neste projeto e andámos por Odemira a filmar "O Negócio" (filme com argumento original dos alunos e cujo resultado podem consultar aqui no vimeo ou no youtube, o makingof também aqui no vimeo ou no youtube). Para ver mais alguns pormenores é só consultar a nossa página das Atividades.


segunda-feira, 18 de abril de 2011

Os ecoinlógicos

Ser ecológico, hoje em dia, é fixe. Mas ser fixe não é necessariamente ser ecológico. Isto entra muitas vezes em conflito dentro das pessoas. Se por um lado se usa a bicicleta, por outro come-se comida que vem dentro de uma embalagem, que vem dentro de outra embalagem que vem dentro de um pacote; se por um lado se recicla, por outro refila-se que não há lugares no centro de Lisboa para parar o carro; se por um lado se anda de transportes, por outro toma-se um banho demorado onde a água potável é desperdiçada aos litros.

A moda da ecologia fez com que as pessoas se tornassem socialmente ecológicas e pessoalmente irresponsáveis. Este tipo de atitudes não ajuda em nada o mundo, ou o grau de fixeza de cada um.

Também não acho que para ser ecológico se tenha que ter um estilo de vida radicalmente diferente. Ser ecológico é assumir responsabilidade pelo mundo e ser coerente nas medidas que escolhemos optar. Mais importante ainda, é lembrar que a nossa pegada ecológica não funciona como o karma onde se anula o mal com o bem e vice-versa. Para mudar as consequências da nossa existência no mundo só é mesmo possível através de ações eficazes que podem nem sequer ser fixes.

Película para janela "Céu azul" - Um fabuloso produto D-Mail

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Teatro ao Largo, um exemplo a seguir

 
O Teatro ao Largo é um projeto extraordinário e admiro  muito tudo o que fazem: adoro ver a mudança de quem monta o palco, horas mais tarde, ser um dos atores;  das ideias criativas que têm para cenários, adereços e músicas; da genialidade da adaptação ou elaboração de cada peça; do manager cheio de iniciativas, entre muitas outras coisas. 
 Aconselho vivamente qualquer espetáculo porque qualquer um faz rir crianças, velhos, jovens e adultos de qualquer extrato social. Esse é o grande desafio e a grande genialidade deste grupo: conseguem cativar toda a gente. 
 E, numa altura em que os subsídios têm uma conotação tão negativa, é bom lembrar que nem sempre são inúteis, principalmente num país onde não se dá o devido valor à cultura e em que projetos deste género são dos que marcam mais a diferença. 


http://www.teatroaolargo.com/

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Boa, boa, continuem a empurrar os jovens para o estrangeiro.

Todos tentam resolver a crise de forma estratégica, económica e burocrática. Por mais impostos, por mais PECs, por mais cortes orçamentais, o que será do nosso país, daqui a uns anos, quando não estiver cá ninguém para o governar?

Grita-se por aí que nunca houve tanta gente a emigrar desde a década de 60, que há uma enorme exportação de pessoas qualificadas, mas ninguém faz nada para os travar, muito pelo contrário. O Estado anda a abrir portas para se fugir mais rápido. Exemplo disso é InovContacto. Neste programa cofinanciado pelo Estado, é dada uma oportunidade aos jovens de irem fazer um estágio remunerado no estrangeiro por um período mínimo de 6 meses. Até aqui tudo bem e bonito. O problema é que quando estes jovens voltam, recebem uma palmadinha nas costas e um grande “Agora que já viste como é bom estar lá fora, bem-vindo ao desemprego e aos recibos verdes”.

Que fique claro que sou muito a favor do InovContacto, mas sou completamente contra o desaproveitamento da experiência que cada um dos não sei quantos mil jovens traz. 

Isto é só um exemplo que nos faz fugir, mas há mais. Casos de pessoas que trabalhavam  em projetos interessantes, que só foram reconhecidas quando foram para o estrangeiro; artistas que lutam, mas só depois de exposições “lá fora” são apreciados pelos seus conterrâneos; depois há o fenómeno “temos um granda génio, vamos dar-lhe toda a atenção e esquecer que podem haver mais”, e é ver os subsídios, por exemplo, do cinema a irem sempre parar aos mesmos tipos, ano após ano, que já deviam ter vergonha na cara, ser autossuficiente e deviam dar oportunidade a quem está a começar.

Caros senhores dirigentes, não exigimos nada de muito complicado, pedimos apenas a esses grandes cérebros que nos governam o mesmo que pediram à Europa: sejam criativos. É que, depois, não se admirem de não estar cá ninguém para votar em Vexas., muito embora já tenham um nome para isso: abstenção. 


segunda-feira, 4 de abril de 2011

Complexo narcisista invertido-dissimulado (querendo com isto dizer: crítica do nosso reflexo)

Toda a gente está muito surpreendida com o comportamento dos políticos portugueses e da forma como metem os seus interesses à frente dos interesses do país. Ora, como sabemos, eles são tão portugueses como o mais comum dos mortais português. Estão a comportar-se exatamente como se comporta toda a população, ou seja, todos nós. São o reflexo do povo e julgá-los, para 99.9% da população, é ser hipócrita.

Basta olhar à nossa volta, e para nós próprios, para perceber que não temos comportamentos muito melhores. É ir na autoestrada e ver a faixa do meio sempre cheia de carros enquanto a faixa da direita (mais conhecida como a “não viril”) está sempre vazia; é ver a quantidade de pessoas que se gabam por conseguirem enganar os empregadores para não fazerem nada na hora de expediente; é ver grandes, médias, pequenas empresas e pessoas individuais a fugir aos impostos por ganância; é ver carros parados em segunda fila a perturbarem todo o funcionamento e circulação das cidades; é sermos o país das cunhas; é a quantidade de gente a viver de subsídios sem precisar; é a inveja do sucesso dos outros; é todo um conjunto de coisas que todos fazemos contribuindo para que o país seja pior e para que ele sofra as consequências dos nossos erros caindo em crise. Quem é que paga? Todos.

Eu, tu, ele nós, vós eles, todos fazemos parte deste sistema e os políticos também porque, tal como nós, são portugueses. Sim, é pior porque gerem um país, mas é importante que não nos desresponsabilizemos porque também nós mandamos em Portugal.

Portanto, antes de criticar toda a classe política (por mais que eles mereçam) devemos refletir na nossa intervenção cívica e melhorá-la. Caso contrário somos tão hipócritas como eles.