segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Ho ho ho vs. Ha ha ha

Quem olhar para Portugal de fora, pensa que isto é tudo um grande filme de comédia. Num país endividado investe-se na venda de bens únicos e na pouca aposta num futuro a longo prazo; num desenvolvimento da economia para que, mais tarde, possa ser sustentada. Além de se fazer tudo isto, os principais representares do Estado em vez de nos animarem e darem alento, dizem para termos o melhor natal dentro do possível e aconselham toda a gente a imigrar. Que tipo de segurança me dá esta loucura? Devo rir? Devo chorar? Devo ignorar e continuar a minha vida? 

Já me desejaram um bom 2013, porque desejar tal coisa para 2012 não vale a pena. Este povo derrotista só o é porque, realmente, somos puxados para baixo até por quem nos governa, sempre a 5 anos, sem pensar num futuro que falsamente prometem em cada mandato. 

Será que, por outro lado estes dois senhores foram sinceros e devemos louvar tal atitude? Bem, nesse caso são os capitães que estão a ser os primeiros a abandonar o navio, que se desresponsabilizaram de tomar medidas e afirmam publicamente que já não à nada a fazer. 

Com isto tudo, o Fusível Ativo deseja um ótimo 2012 já que acreditamos que juntos podemos tornar este país num sítio melhor. 




segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Who is WHO

A agência WHO tem dado cabo do sono a muitos amigos nossos, a quem esta agência ficou a dever muito dinheiro. Não estou a falar nem de um, nem de dois ou três casos, estou a falar de muita gente que ficou lesada por esta agência. Nesse sentido, partilho um testemunho que representa várias vozes, e faço em apelo para que sejam denunciados mais casos, para que seja denunciada a página do Facebook e para que se juntem nesta luta contra um exemplo do porquê da crise deste país que deixa passar impune casos destes. Saibam mais histórias aqui e aqui.

A minha relação com a who sempre foi complicada desde o primeiro trabalho. Assinei um contrato em Agosto de 2007 juntamente com dois colegas designers, e passámos a ser representados pela WHO como um colectivo de motion design. 


Fomos levados, logo no primeiro trabalho, a colaborar de graça para a agência, sob o pretexto de ser uma tremenda mais valia para nós, estarmos associados à WHO. 

  Depois desse trabalho, que correu às mil maravilhas por não ter envolvido dinheiro, foi sempre muito complicado receber os nossos honorários a tempo e horas. Até que, em abril de 2009, aceitámos um trabalho para uma câmara municipal, que consistia num vídeo promocional do concelho. 





A adjudicação desse trabalho incluía um plano de pagamentos faseados, e nunca esse plano foi cumprido. Ou não atendiam o telefone, ou inventavam desculpas, do mais criativo que existe, para evitar pagar os valores combinados. Era um verdadeiro desespero para nós, que como 3 jovens criativos, temos a renda e as contas para pagar. Éramos obrigados a verdadeiras perseguições telefónicas para receber uma resposta, e quando essa resposta vinha, começava sempre com "infelizmente, não vamos conseguir pagar já, porque...". 





A certa altura, e mais uma vez, porque somos 3 jovens criativos, começámos a precisar de dar prioridade a outros trabalhos, de outros clientes (não relacionados com a WHO ou com qualquer cliente da WHO), comunicámos à who que não iríamos cumprir as diferentes fases de entrega do trabalho enquanto não houvesse ordem nos pagamentos. Ainda assim, decidimos, por princípios profissionais e por termos criado simpatia com o cliente final, acabar por entregar a totalidade do trabalho, falhando apenas os prazos de entrega, como haviam sido falhados os pagamentos. 



  Essa nossa decisão levou a que a who considerasse uma "prestação de serviço deficiente" e recusar-se pagar a metade final do trabalho, correspondente a cerca de 4700 euros, e enviando uma carta de rescisão de contrato, acusando-nos de uma "infracção muito grave" segundo o seu contrato leonino, sujeitando-nos a uma indemnização de 472.500,00 euros. 

Tão absurda era essa indemnização que nunca mais deram continuação a essa carta, confirmando o modus operandi que fomos assistindo até agora, a ameaça "a ver se pega". Curiosamente, "esquecido" no meio dessa rescisão, ficou outro pagamento de outro trabalho não relacionado com este, no valor de 1000 euros. 

  Ora, uma vez que é muito complicado lutar contra uma agência como a WHO, restava-me a mim, procurar o meio mais eficiente para conseguir atenção, ou seja, divulgar a situação em redes sociais. 

Descobri rápidamente que não estava sozinha, dezenas de outras vítimas foram surgindo, algumas com processos a decorrer. Divulguei, efectivamente, apoiando-me sempre na verdade, a dívida que a WHO tinha para comigo, e por essa razão recebi telefonemas da Ema Cerveira ameaçando-me de queixa na polícia judiciária. 

Ora, uma vez que nada temia, continuei a minha campanha de divulgação, já com o principal intuito de alertar colegas de profissão, potenciais vítimas. Efectivamente, em dezembro de 2010 fui interrogada pela polícia judiciária, por alegadamente ter difamado a agência who no facebook. Tal como eu, o próprio agente que me interrogou considerou tal injunção uma brincadeira, e aconselhou-me a não prestar sequer declarações e seguir com a minha vida. Pouco tempo depois, a queixa foi retirada - irónicamente - por falta de pagamento das taxas associadas à injunção. 

  Desde então que continuo a propalar a dívida e a vigarice de que fui vítima, com acréscimo de atentado à minha integridade, uma vez que nunca difamei ninguém, apenas disse a verdade, e como tal considero um crime a queixa que fizeram contra a minha pessoa. 

No passado mês de outubro, fui contactada pela Ema Cerveira, que pedia uma reunião para revisão da dívida, em troca de, nas suas palavras, "paz". Como tal, agendámos uma reunião, onde ela se apresentou acompanhada da advogada, sem aviso prévio.

Propuseram, então, o pagamento parcial da dívida (uma vez que, alegadamente, o cliente final nunca pagou a totalidade do trabalho por, também ele, considerar "deficiente") em troca da minha assinatura num documento de quitação com os seguintes termos:

"Todos os membros do Grupo SEGUNDO DECLARANTE supra identificados se interditam expressamente de, a partir do presente momento e no futuro, divulgar, difamar, propalar e injuriar a PRIMEIRA DECLARANTE e a sua gerente, Ema Bárbara Costa Campos Cerveira, de todas as formas e em qualquer meio de comunicação verbal ou escrito assim como na internet, nomeadamente em blogues, na rede social facebook assim como nas redes sociais em geral, devendo igualmente abster-se de empregar o nome da WHO, sua gerente e seus colaboradores, obrigando-se igualmente repor o bom nome da WHO, sua gerente e seus colaboradores, na devida extensão em que os mesmos foram prejudicados no passado devido às acções enumeradas, obrigando-se a eliminar na totalidade todos os comentários por si publicados e difundidos na internet, nomeadamente em blogues, na rede social facebook assim como nas redes sociais em geral, de forma devidamente comprovada perante a PRIMEIRA DECLARANTE.


4) As partes celebram entre si uma clausula penal no valor de Euros 200.000,00 caso os SEGUNDOS DECLARANTES continuem a divulgar, difamar, propalar e injuriar a PRIMEIRA DECLARANTE e a sua gerente Ema Cerveira, devendo igualmente abster-se de empregar o nome da Who, sua gerente e seus colaboradores de forma verbal ou escrita, nomeadamente em todos os sites da Internet tais como blogues, redes sociais etc.
5) A PRIMEIRA DECLARANTE obriga-se a extinguir qualquer processo judicial que eventualmente se encontre pendente em relação aos SEGUNDOS DECLARANTES, interditando-se igualmente de iniciar procedimento cível ou criminal contra os mesmos, caso se verifique o estrito cumprimento do conteúdo do nº3 supra."

  Da forma como eu vejo as coisas, este documento representa uma chantagem. Trocam o dinheiro que me devem, e que é meu por direito, pela confissão de algo que eu não fiz, porque nunca menti, sujeitando-me a coimas brutais se violar este acordo. É uma tentativa de troca de papéis, entre o criminoso e a vítima. 

Recusei-me, como é óbvio, a assinar tal coisa, por considerar que não há valor que pague a minha integridade. Este documento representa mais um dos abusos que a WHO tenta exercer sobre os seus agenciados (ou ex agenciados), e faz com que tenha ainda mais vontade de divulgar este caso e lutar para que se faça justiça. Não consigo entender como é que uma agência com o nome da WHO continua de portas abertas a abusar de jovens criativos, e a sair impune dos inúmeros casos de vigarice.


quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Histórias do Tamanho da Minha Altura

Num projeto muito querido ao Fusível Ativo, tenho o prazer de promover o lançamento do livro "Histórias do tamanho da minha altura". Os pormenores vão aqui por baixo. Quem quiser aparecer é bem-vindo.


Até sábado.




Lançamento do livro
“Histórias do tamanho da minha altura”

No dia 17 de dezembro, pelas 15.30h, na livraria Ler Devagar- Lx Factory, Lisboa- a actriz Rita Blanco vai dar voz às “Histórias do tamanho da minha altura”.

“Histórias do tamanho da minha altura” é um pequeno livro, para crianças a partir dos três anos, que conta histórias rimadas por Joana Caldeira e ilustradas por Sílvia Teixera e Maria Vidigal. Uma mistura de linguagens à altura do tamanho de qualquer criança.

Após a apresentação, segue-se um breve cocktail para visitar a exposição que será inaugurada nesse dia e onde vão estar expostas as ilustrações do livro que podem ser adquiridas pelos interessados. A exposição pode ser visitada até dia 28 de dezembro.
O livro pode ser adquirido a um preço especial no dia do lançamento.

Titulo “Histórias do tamanho da minha altura”
Texto Joana Caldeira
Ilustração Sílvia Teixeira e Maria Vidigal
Editora O cão que lê
Produção do evento e execução gráfica Fusível


Para mais informações: geral@fusivel.eu

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Insegurança Social

A minha conta foi penhorada pela segurança social. Tal como eu, tenho vários amigos a quem aconteceu o mesmo. Sem qualquer aviso prévio, com um aviso tardio do banco, descobrimos da pior forma que o acesso à nossa conta à ordem estava vedado. 

Vistas as coisas de um prisma frio e distante, a culpa é nossa de não termos pago a esta instituição. A verdade é que ela é o motivo da nossa insegurança mensal. Todos nós estamos a recibos verdes e temos volumes de trabalho que variam conforme o mês, não temos rendimentos mensais constantes. O que nos deixa na seguinte posição ao final do mês: Comer e estar alojado ou pagar a segurança social? Normalmente preferimos a primeira hipótese.

Não percebo bem até onde os governos querem ir quando nos sobrecarregam com impostos, taxas e outros que tanto cada vez mais impossíveis de pagar. A geração dos mil euros já deu lugar, há muito tempo, à geração dos “700 já é muita bom”. 

E como é que uma pessoa que, na melhor das hipóteses, tem este ordenado gere a sua vida? Ora, depois de levar o corte aproximado de 150 euros da segurança social, de pagar uma renda de 300 euros (isto se estiver a partilhar casa com outra(s) pessoa(s)), depois do passe social com metro e carris que ronda os 34 euros, depois de 150 euros de compras em alimentos e produtos para um mês (isto tudo gasto em marcas brancas e sem muita proteina, claro) sobram uns belos 66 euros. Se por acaso se tiver que ir ao dentista, ou ao hospital, se por acaso tivermos que comprar roupa, se por acaso tivermos outro acaso estamos tramados.

Eu tenho meses que ganho menos de 700 euros. Como é que sobrevivo? Por exemplo, não pago segurança social. Se me derem outra solução, não me importo de a pagar, mas tão cedo não vejo bem como dar a volta a este assunto.

Afinal o meu futuro não está à venda, já está penhorado.



quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Simão feito à mão

Este rapaz faz brinquedos com lixo. A ideia de reutilizar materiais não é nova, aliás, está bastante em voga. O que distingue cada artista é a forma como abordam e trabalham estes desperdícios e materiais invulgares (como por exemplo o Vik Muniz que pode ser visto no CCB). 



O Simão trabalha os seus brinquedos de uma forma que depressa nos transporta para um imaginário ou para uma história simples de imaginar. 

Aqui está o site dele e aqui está um pequeno filme feito pelo P3.




segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Dia feriado

Existem 14 feriados por ano. Desses catorze, 7 são religiosos. Num Estado laico faz mais sentido acabar primeiro com estes últimos do que extinguir os que fazem parte da história do país e da república. Para não ser demasiado dramático, podia-se deixar a Páscoa e o Natal, mas de resto, porque é que não os passam todos para domingo? Não é este o dia da celebração de Deus e quando ele descansa? Então é o dia perfeito para celebrar, num descanso mais animado. 

Em relação aos outros feriados, vou ter que admitir muito embora me custe muito, até concordei com a opinião do Duarte de Bragança: Porque não juntar o dia de Portugal com o Dia da restauração da independência? Isso, e passá-los todos para segundas ou sextas de forma a não quebrar a produtividade durante a semana. 
E assim fica exposta uma forma simples e facilmente compreensível da alteração dos feriados. Às vezes custa-me perceber como é que o governo tem tanta dificuldade em tomar determinadas decisões e ferir suscetibilidades de certos grupos que nem sequer pagam impostos. Mas enfim, pode ser que este post os ajude. 


segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Vendido futuro, a bom preço e a 10 anos

A aldeia global está a tomar conta do mundo. O ocidente, que sempre desejou esta grande abertura está a deparar-se com um problema: os níveis de vida pelos quais sempre lutou e quis manter estão a ser normalizados. Ou seja, a classe média desce gradualmente o seu poder de compra porque compete diretamente a nível mundial. Já não ganhamos tendo por padrão o nosso continente, mas sim tendo em conta uma economia mundial onde, por exemplo, a Índia e os EUA competem lado a lado.

As regalias a que os nossos quadros se habituaram, estão a começar a ser suprimidas e, a geração dos 25 aos 35 está a ver o seu futuro a ser hipotecado. O futuro laboral, o futuro familiar, o futuro de reforma estão a ser tirados sorrateiramente, num jogo de cintura sem escrúpulos.

Os bancos deram créditos lembrando a estes jovens que tinham a vida pela frente e uma carreira de futuro; as empresas prometeram que no próximo ano é que era, que iam receber bem, mas só para o próximo ano (e ainda dizem o mesmo); os descontos obrigatórios para uma suposta reforma não coincidem com a realidade de um país cuja pirâmide etária está a ficar cada vez mais invertida porque ter filhos deixou de ser uma prioridade, não há dinheiro.

Competimos com países que oferecem o mesmo, mas mais barato e com a mesma qualidade; onde o nível de vida é mais baixo mas o nível cultural não. Vamos ver ascender a China, a Índia, o Brasil e nó vamos ficar aqui, neste cantinho, a transformarmo-nos e a equilibrar as voltas da economia e das mentiras sociais. 




segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Gosto mas não gosto.

De uma forma geral, as pessoas são contra a publicidade. Acham que é enganadora, manipuladora e uma coisa supérflua. A verdade é que a publicidade é uma forma de comunicação legítima, até porque há leis que fazem com que tenha que ser verdadeira, muito embora todos desconfiem dela. Isto é uma tentativa de culpar terceiros do consumismo a que nos sujeitamos para ter a consciência tranquila. Mas a verdade é que, se eu não gostar de couve roxa, pode vir a melhor publicidade do mundo que eu não vou comprar nem querer comê-la. 

As pessoas esquecem que ela é uma ferramenta útil que nos ajuda a escolher coisas. Imaginem um supermercado sem marcas, onde os produtos estavam todos em embalagens iguais, onde a escolha seria uma coisa aleatória, um totoloto de produtos que, como consequência, não seriam diversificados. 

Imaginem-se a precisar de um canalizador e não ter forma de o contactar porque ele, por seu lado, não tinha forma de se fazer ouvir. 

Imaginem-se numa papelaria a comprar um jornal e não saber qual vos ia calhar porque as capas eram normalizadas. 

Todas estas pequenas coisas são abafadas por alguns radicalismos que não aceitam a publicidade como uma forma de comunicação que por vezes pode mudar o mundo de uma forma positiva. 



segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Futuro, essa palavra tão relativa.

Poupar, para uma pessoa normal, requer fazer coisas como comer menos vezes fora (ou mesmo deixar de o fazer), não comprar tantas coisas supérfluas, pensar melhor em como gerir os seus rendimentos, mas uma coisa é certa: irá continuar a gastar dinheiro nas suas deslocações e na sua saúde, seja de que forma for. 

Ora bem, transpondo isto para uma perspetiva maior, o Estado pode e deve cortar em algumas despesas, aliás, não fazer tantas refeições (quando? Quando somos nós a pagar a conta), não devia gastar dinheiro em coisas supérfluas (quais? Imensas), devia pensar em gerir os seus rendimentos (quais? Não sei, por isso mesmo deviam pensar neles) mas, acima de tudo, nunca deve cortar na saúde, nos transportes nem na educação. Estas 3 áreas são cruciais para termos um futuro e para fazer funcionar uma sociedade que, neste caso, está em crise já há demasiado tempo. 

Sem transportes as pessoas não podem ir trabalhar, vão preferir utilizar o transporte particular contribuindo para dificultar a circulação dentro das cidades e para poluir mais o meio ambiente. Durante a noite está a ser incentivada a condução por pessoas embriagadas e os espaços de circulação de peões são invadidos por carros mal estacionados.

Relativamente à saúde e à educação, são dois direitos que nunca devem ser postos em causa. Sem eles, existe uma classe privilegiada, a única que terá acesso a uma saúde e uma educação decente tornando estas duas áreas numa regalia. 

Não percebo qual é a estratégia a longo prazo deste governo, e de outros governos. Não percebo como é que podem estar a pensar numa forma de nos salvar quando o único futuro que vêm para um país são 4 anos de mandato. 



quarta-feira, 9 de novembro de 2011

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Não.sei.que.mais, unidade sindical!




O sindicalismo nasceu numa altura em que a máquina era uma ameaça para o homem trabalhador (homem e mulher, para não ferir suscetibilidades). Numa tentativa de combater uma vida de trabalho de escravo onde não havia direitos, as pessoas juntaram-se na luta de um interesse comum, na procura de uma vida mais digna. 


Com o passar dos anos o proletariado tem um inimigo que não é a máquina, nem as novas tecnologias. Muito embora continue a tentar sobreviver contra o capitalismo, já não trabalha (na sua maioria) com as mãos. O proletariado são as pessoas que vendem trabalho intelectual, que continuam a lutar pelos seus direitos, mas estão dispersos, já não são uma classe única e específica. 


E com isto, os dois principais dirigentes sindicais de Portugal perderam razão, mas o que me faz confusão é que não perderam força. Muito embora os anos passem. Continuam a mobilizar só porque sim, determinados grupos a greves sem fazerem uma negociação dos direitos como deve ser, por vezes nem sequer verosímil. O poder negocial limitou-se à força que têm de fazer greve, atrás de greve, atrás de greve, até deixar de fazer sentido. Quem sai prejudicado são todos os trabalhadores, os que acreditam que estão a ser defendidos e os que sofrem as consequências destas greves sem causa. 


E estes dois grandes sindicatos que se dizem pelos trabalhadores, ficam contentes porque, na verdade, só pensam na sua visão pessoal e egoísta de continuar a mobilizar através de demagogia. 


Não sou contra as greves, sou contra esse egoísmo hipócrita de quem luta por si camuflado de uma luta comum.


segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Não nos cortem as veias

Lisboa é uma cidade, logo, é um organismo vivo com um fluxo constante de gente, de cultura, de ideias, de opiniões que, por vezes, podem e devem divergir. Mas tendo em conta que fazemos todos parte deste organismo, é importante saber debater ideias para que todos consigamos fazer esta cidade mexer. 

Lisboa sempre foi uma cidade pluricultural, multirracial e foi isso que fez dela o que é hoje. Aliás, quando a privaram dos seus multis e pluris, os grandes pensadores fugiram para outros países da Europa (e nem com um estado laico deixou de haver essa pressão). 

Fugiu-nos a cultura, um dos principais bombeadores de pensamentos e um dos pilares da formação de qualquer pessoa. Faz-me confusão que os séculos tenham passado e, mesmo assim, cada vez mais ela seja passada para segundo plano. Os meus amigos artistas fogem para o estrangeiro, como se fossem perseguidos por um país que não compreende o que dizem e não reconhece a importância da sua linguagem. 

Vão-se esvaindo as ideias. A cidade vai ficando vazia. Nós vamos ficando vazios e nessa altura é fácil encherem-nos com qualquer coisa. Cuidado, meus amigos, cuidado não deixem a cultura morrer.



Lisbon's Blood Vessels – A mapping experiment from Pedro Miguel Cruz on Vimeo.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Morte à morte

O valor da vida humana e o valor da sua dignidade andam a ser subvertidos a nível mundial. As mortes que têm marcado a atualidade são o espelho de uma sociedade cada vez mais egoísta e fria. A forma como vídeos e fotos são divulgados pelos órgãos de comunicação social e pela internet são aberrantes. Os corpos mutilados e feridos estão acessíveis a todos, através da passagem de um olhar pelas capas de jornais. A vida humana tem um valor muito grande, independentemente de estarmos a falar de um ditador ou de uma menina de dois anos. Fazer juízos de valor sobre quem é mais importante é um crime.  Quem somos nós para julgar e perceber quem merece ou não viver?

A dignidade humana é afetada por estas imagens e estas ideias cada vez mais frequentes quer em jornais de referência, quer em redes sociais. Quando a morte é banalizada, a vida de cada ser humano sofre as consequências. O resultado é uma despreocupação crescente, é haver uma revolução a nível mundial onde 99% das pessoas não são ouvidas, é o crescente egoísmo por um bem-estar pessoal e a desvalorização da vida em sociedade. 

Quem sofre é a moral e a ética que estão a morrer à velocidade da divulgação escandalosa de cada um destes temas. A responsabilidade não está só em quem divulga mas em quem consome este tipo de informação. O sangue está nas mãos de todos mas parece que ninguém o vê nem sequer o quer limpar. 


quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Onde está quem não votou?

Agora, voltando um pouco atrás no tempo, irrita-me a quantidade de pessoas que não foram votar e que andam e andaram pelas ruas a manifestar-se. O voto é a expressão do que se quer para o nosso país. A verdade é que, estando ou não contra este governo, foi uma maioria democrática que o elegeu. Se há tantas pessoas contra, a sua voz devia ter sido ouvida no devido tempo. 

É nisto que dá a abstenção. Espero que sirva de exemplo.



segunda-feira, 17 de outubro de 2011

As nossas armas

Este sábado percebi uma coisa: ser polícia é tramado. Acredito que, muitos dos polícias que ali estavam, se queriam juntar a todos, gritar as palavras de ordem que se propagavam pelas bocas de quem os rodeava e deviam ter os seus próprios cartazes escritos mentalmente sem os puder colar nas grades da assembleia. 

Eles, que têm várias manifestações marcadas, tiveram que estar calados, tiveram que impor respeito para manter a ordem, provavelmente uma desordem na cabeça deles. 

Mesmo assim, ainda tiveram que aturar com alguns insultos descabidos que saiam da boca dos mais fracos, dos que fazem uma luta fácil e sem respeito, felizmente uma minoria. Foram recompensados com um aplauso geral pedido por um dos oradores da assembleia popular. 

É importante respeitarmos todos os cidadãos, porque estamos todos a passar pelo mesmo. Se olharmos bem para as condições de trabalho das autoridades e as razões pelas quais querem também reivindicar, percebemos claramente que eles também fazem parte dos 99%. 

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

As comunidades da comunidade

As novas tecnologias têm permitido criar redes de pessoas com interesses comuns. Nesse sentido sempre achei interessante projetos como o Freecycle. Este é um espaço sem fins lucrativos, onde as pessoas que já não querem determinados objetos que estão em bom estado, anunciam que os vão abandonar. Quem precisar deles só tem que combinar ir buscá-los. Desta forma reutiliza-se coisas que podiam ser deitadas fora, seguindo o nosso ditado popular em que o lixo de uns é o tesouro de outros. 


Dentro desta ideia, nasceu em Portugal o Vivências de Bairro, uma página no Facebook onde se partilha informação do mesmo género do Freecycle, e onde se acrescenta mais alguma sobre procura de casas, espaços, etc..

E como estes dois, sei de mais alguns casos interessantes onde se começam a juntar pessoas para se entreajudarem, numa simbiose que reflete o espírito comunitário.


Se souberem de mais algum sítio interessante, partilhem por aqui.




segunda-feira, 10 de outubro de 2011

I'm not an addict, it's cool, I feel alive

o

Hoje em dia dou por mim a pensar “Como é que eu fazia antes da internet?”. O Google, a Wikipedia, o Facebook, Skype, o Priberam, entre muitos outros fazem parte regular do meu dia-a-dia e são ferramentas indispensáveis com as quais já não prescindo de trabalhar.

Francamente, criei alguma resistência em relação a alguns destes programas , mas quando aderi percebi o que é que estava a perder. Que fique claro: não sou uma pessoa dependente das redes sociais, sou dependente da internet pura e dura. Consumo-a todos os dias em doses cada vez menos moderadas. 

Passo bem sem televisão, sem jornais físicos, mas sem internet é que não. O meu corpo fica descompensado, preciso só de um bocadinho, nem que seja ver o tempo para o dia seguinte, de saber as paragens de autocarro, ver o mail. 

Ainda por cima o uso é cada vez mais facilitado e posso consumir em todo o lado sem censura. 

Aaah!... Esta é a verdadeira droga do sec. XXI, a dependência das dependências, pensem lá bem: quantos de vós precisam do Facebook para dar os parabéns a alguém?





segunda-feira, 3 de outubro de 2011

1º Edição dos "Prémios Portugal Português"

Prémio "A elite na Judite" vai para.... Isaltino Morais!
 
O senhor Isaltino Morais anda em liberdade, mas ainda não se sabe se vai ser preso. Se tal acontecer, o simpático político, vai ser o primeiro presidente de câmara que estará encarcerado a exercer funções, porque o mandato não caduca com a sua detenção. Não sei que tipo de modificações vão ter que ser feitas para ele manter as suas reuniões, a sua secretaria pessoal, etc.. Mas parece-me extremamente interessante ter que se ir assinar um despacho na prisão.

Parabéns por ajudar a equipar melhor as prisões portuguesas! 


Prémio "Mais troikos que os troikanos" vai para... O Governo Português!!
 
Se o plano da troika está pensado para que a nossa dívida seja paga, porque é que o governo tem que tomar medidas para lá das propostas? Será para  espremer ainda mais quem não pode para e salvarem o seu bem-estar da sua classe?

Parabéns pelos esforço redobrado de nos dificultar a vida! 


Prémio "Who is who?"  vai para.... Agência de talentos WHO!
 
Esta agência conseguiu ter vários apoios financeiros pelo projeto que desenvolveu, mas nunca promoveu ninguém a não ser dívidas entre as pessoas que contratou para trabalhar nunca pagando a nenhum dos talentos. Melhor, só agora é que o caso está a vir a público porque, apesar de terem milhares de processos em cima, só a DGCI é que conseguiu penhorar bens e deixaram os seus agenciados no lodo.

Parabéns por terem conseguido ficar com o dinheiro de jovens cheios de esperança, enquanto o Estado só conseguiu penhorar os vossos bens!
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Tenho certeza que rapidamente será feita uma segunda edição destes prémios. Obrigado a todos que nos acompanharam neste evento e tenham um ótimo dia!


quarta-feira, 28 de setembro de 2011

SOS

Dear US authorities,

If you really want to catch more criminals you should check Assembleia da República and Palácio de Belém. The most dangerous people of our country have been hiding there for more than 10 years. If you could just take a few of them it would be great.

Thank you very much,

Portuguese People.

PS - Please don't say nothing to German, I feel like Merkel want's to keep them there.

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Caras autoridades norte americanas,

Se quiserem  apanhar daqueles criminosos mesmo a sério, têm que ir até à Assembleia da República e ao Palácio de Belém. As pessoas mais perigosas do nosso país escondem-se lá há mais de 10 anos. Se pudessem levar alguns deles, ficávamos muito agradecidos.

Obrigadinha pela disponibilidade,

Povo português.

PS - Por favor não digam nada à Alemanha, dá-me ideia que a Merkel quer mantê-los lá.




segunda-feira, 26 de setembro de 2011

A razão de Darwin

Depois de tudo o que fomos apelidados, descobri o nome da minha geração: A Geração Darwinista.

 A minha geração viveu a infância sem computadores, internet e outras coisas que tais. Durante a adolescência adaptámo-nos facilmente a todas as tecnologias emergentes para sobreviver e conseguir comunicar num mundo que já não era o mesmo em que crescemos. Da mesma forma, o emprego deixou de ter a conotação que tinha no tempo dos nossos pais que nos educaram para lutarmos por uma licenciatura como garantia de um futuro, para encontrar uma empresa respeitável, trabalhar nela e ficar lá o resto das nossas vidas.

Enquanto crescíamos e nos licenciávamos o mundo foi mudando. Quando finalmente chegámos ao mercado de trabalho as regras tinham sido alteradas mais uma vez e, mais uma vez, tivemos que nos adaptar para sobreviver. Recibos verdes, freelancers, tirar mais um curso técnico aqui e ali para tentar complementar a nossa área, etc..

Agora apareceu a crise. Mais que nunca vamos ter que nos adaptar a uma nova adversidade onde a seleção natural vai ter um papel fundamental. Quem não recorrer à criatividade, ao risco, à aposta em alternativas, pode ser aniquilado do seu futuro, e morrer no mercado de trabalho ou ficar para trás num mundo que começa a andar mais depressa que nós. As licenciaturas que tirámos têm que ser vistas como uma ferramenta para traçar um percurso que pode ir para lá do que estávamos à espera.

Vejo muitas "espécies" que já estão condenadas, que se acomodaram a determinadas situações sem pensarem em alternativas e num futuro mais distante.

Felizmente, também há muita gente que se deu bem e tem uma vida estável. Mas seja como for, e tendo em conta as vicissitudes cada vez menos previsíveis, é sempre bom estar preparado para sobreviver, numa vida que vai sendo um Beagle à deriva.



quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Aviso

Por motivos de ordem ética e de propaganda desnecessária, o Fusível Ativo recusa-se a voltar a falar de um determinado indivíduo que habita numa das ilhas do território nacional, e cuja orientação política é associada a uma determinada fruta, muito embora a sua personalidade seja associada a outra muito encontrada na sua terra de origem. 
Este aviso é válido para os próximos tempos, não sendo aplicável a um período considerado "para todo o sempre e mais além".




Pedimos desculpas pelo incómodo. 


segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Bem vindo à realidade

Não é impensável para ninguém pedir patrocínios para avançar com projetos que não podemos sustentar ou que serão mais rentáveis com o apoio de um particular. Felizmente, as empresas aceitam. Muitas vezes até parte das próprias empresas criar espaços onde promovem cidadãos que se destacam, seja pela sua arte, seja pelos seus feitos como pessoas. Quando isto acontece a opinião pública aplaude. 

Quando uma câmara municipal procura financiamento, o processo é o mesmo que o comum dos mortais: ou se endivida, ou procura um patrocinador/investidor. A diferença é que a opinião pública, neste caso, revolta-se e acha errado. Nunca vi uma ação onde houvesse uma opinião positiva neste tipo de financiamento municipal. É sempre considerado mau muito embora, a maior parte das iniciativas, tenham sucesso e adesão. 

A Baixa/Chiado - PT Blue Station foi uma forma de ganhar algum dinheiro de uma forma diferente. Não acho mal e não acho horrendo, até porque só no nome da estação é que está objetivamente representada a marca. Até acho bem mais agradável este tipo de intervenções do que pejar espaços públicos com cartazes publicitários, por vezes muito agressivos (como por exemplo uma campanha terrível que tinha uma senhora a fazer um manguito em pleno largo do rato, e nem sequer estava virada par a sede do PS). 

Esta polémica que se gera sempre que surge algo diferente é normal, mas parece que as pessoas não reparam no que as rodeia. A publicidade está espalhada por toda a cidade, muito embora estejamos tão habituados a certos meios que nem damos por isso. 

Terrível é haver mais de 15 minutos publicitários nos canais 1, 2, 3, 4 quando, legalmente, não é permitido; mau gosto é deixar certas marcas fazerem campanhas e promoções agressivas perto de escolas de ensino básico; chocante é ver certas novelas, também para um público jovem, fazerem promoção descarada de certos produtos quando também não é permitido legalmente; entre outros exemplos. 

Uma estação de metro não vai matar ninguém e se esta empresa for privatizada preparem-se para a estação McDonald’s ou El Corte Inglés.



segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Onzes de setembros

Desde há 10 anos que, quando se aproxima o 11 de setembro fala-se de milhares de onzes de setembro esquecidos na história da humanidade.


A perda de vidas humanas não pode ser hierarquizada, e todos os acontecimentos que se deram nesta data ao longo da história têm o seu peso.


A verdade é que, nos últimos 10 anos, não houve um acontecimento com tanto impacto no mundo ocidental como os atentados na América em 2001. Nunca ninguém pensou que seria possível engendrar um esquema de tão grande magnitude para atingir um país que, na altura, parecia intocável. Este acontecimento afetou todo o mundo quer a nível económico quer a nível de segurança. Este foi um acontecimento tirado diretamente de um qualquer guião americano, de um filme que se tivesse aparecido anos antes ninguém acreditava puder tornar-se real.


A história da humanidade estará sempre a evoluir até a humanidade acabar. Mas a memória dos acontecimentos não é infinita e há coisas que afetam mais certas culturas que outras. A informação, neste caso tem um papel crucial. Sendo que o mundo ocidental é onde estamos inseridos, os nossos órgãos de comunicação social escolheram esse como tema recorrente deste mês.


E para quem sente que os media estão a abusar do tema, mudem de canal, não comprem jornais, não participem. Só assim é que eles percebem, porque como a maior parte deste tipo de problemas, as coisas só mudam quando agimos.