Em tempos de crise o governo toma várias decisões complicadas, umas mais do que outras. Todas elas têm consequências menos boas para o povo, mas depois há umas que não percebemos e gostávamos de intervir, como por exemplo: Porque é que o governo tem fazer um orçamento retificativo para apoiar a banca?
O mais escandaloso é que os bancos têm mostrado lucros de ano para ano e contribuíram bastante para que a crise se agravasse através de um incentivo parvo a créditos para um consumo supérfluo (títulos do Diário Económico hoje: O BPI conseguiu um lucro de 79,1 milhões de euros no primeiro semestre; Lucro do banco do BCP na Polónia cresce 57% no semestre).
Por outro lado, não deveria ser o Estado a dar o exemplo e cortar nas suas despesas? Os funcionários públicos, que são os trabalhadores que usufruem de mais regalias no nosso país, deveriam ser os primeiros a terem cortes, porque somos nós que pagamos cada um dos seus privilégios.
Então porque é que esses mesmos funcionários vão ter uma sobretaxa de IRS corrigida para não serem penalizados nos descontos obrigatórios da ADSE, mas as pessoas que passam recibos verdes (que na sua grande maioria são os trabalhadores mais precários do nosso país) têm que pagar uma percentagem de um subsídio que nunca ganharam nem nunca vão ganhar?
Sinto o país à volta, sinto que estão a ser tomadas muitas medidas pouco esclarecedoras a todos os níveis. Começo a sentir uma certa impotência, derrotismo e injustiça.
A frase que mais se repete é que o espírito de sacrifício é sempre pedido aos que menos podem. Esta continuará a ser uma frase que nos vais acompanhar cada vez que picarmos o bilhete nos transportes públicos, cada vez que formos ao supermercado comprar bens essenciais, cada vez que virmos governo atrás de governo a lutar por interesses políticos em vez de interesses nacionais.
A verdade é que tenho medo do meu futuro.