segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Ho ho ho vs. Ha ha ha

Quem olhar para Portugal de fora, pensa que isto é tudo um grande filme de comédia. Num país endividado investe-se na venda de bens únicos e na pouca aposta num futuro a longo prazo; num desenvolvimento da economia para que, mais tarde, possa ser sustentada. Além de se fazer tudo isto, os principais representares do Estado em vez de nos animarem e darem alento, dizem para termos o melhor natal dentro do possível e aconselham toda a gente a imigrar. Que tipo de segurança me dá esta loucura? Devo rir? Devo chorar? Devo ignorar e continuar a minha vida? 

Já me desejaram um bom 2013, porque desejar tal coisa para 2012 não vale a pena. Este povo derrotista só o é porque, realmente, somos puxados para baixo até por quem nos governa, sempre a 5 anos, sem pensar num futuro que falsamente prometem em cada mandato. 

Será que, por outro lado estes dois senhores foram sinceros e devemos louvar tal atitude? Bem, nesse caso são os capitães que estão a ser os primeiros a abandonar o navio, que se desresponsabilizaram de tomar medidas e afirmam publicamente que já não à nada a fazer. 

Com isto tudo, o Fusível Ativo deseja um ótimo 2012 já que acreditamos que juntos podemos tornar este país num sítio melhor. 




segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Who is WHO

A agência WHO tem dado cabo do sono a muitos amigos nossos, a quem esta agência ficou a dever muito dinheiro. Não estou a falar nem de um, nem de dois ou três casos, estou a falar de muita gente que ficou lesada por esta agência. Nesse sentido, partilho um testemunho que representa várias vozes, e faço em apelo para que sejam denunciados mais casos, para que seja denunciada a página do Facebook e para que se juntem nesta luta contra um exemplo do porquê da crise deste país que deixa passar impune casos destes. Saibam mais histórias aqui e aqui.

A minha relação com a who sempre foi complicada desde o primeiro trabalho. Assinei um contrato em Agosto de 2007 juntamente com dois colegas designers, e passámos a ser representados pela WHO como um colectivo de motion design. 


Fomos levados, logo no primeiro trabalho, a colaborar de graça para a agência, sob o pretexto de ser uma tremenda mais valia para nós, estarmos associados à WHO. 

  Depois desse trabalho, que correu às mil maravilhas por não ter envolvido dinheiro, foi sempre muito complicado receber os nossos honorários a tempo e horas. Até que, em abril de 2009, aceitámos um trabalho para uma câmara municipal, que consistia num vídeo promocional do concelho. 





A adjudicação desse trabalho incluía um plano de pagamentos faseados, e nunca esse plano foi cumprido. Ou não atendiam o telefone, ou inventavam desculpas, do mais criativo que existe, para evitar pagar os valores combinados. Era um verdadeiro desespero para nós, que como 3 jovens criativos, temos a renda e as contas para pagar. Éramos obrigados a verdadeiras perseguições telefónicas para receber uma resposta, e quando essa resposta vinha, começava sempre com "infelizmente, não vamos conseguir pagar já, porque...". 





A certa altura, e mais uma vez, porque somos 3 jovens criativos, começámos a precisar de dar prioridade a outros trabalhos, de outros clientes (não relacionados com a WHO ou com qualquer cliente da WHO), comunicámos à who que não iríamos cumprir as diferentes fases de entrega do trabalho enquanto não houvesse ordem nos pagamentos. Ainda assim, decidimos, por princípios profissionais e por termos criado simpatia com o cliente final, acabar por entregar a totalidade do trabalho, falhando apenas os prazos de entrega, como haviam sido falhados os pagamentos. 



  Essa nossa decisão levou a que a who considerasse uma "prestação de serviço deficiente" e recusar-se pagar a metade final do trabalho, correspondente a cerca de 4700 euros, e enviando uma carta de rescisão de contrato, acusando-nos de uma "infracção muito grave" segundo o seu contrato leonino, sujeitando-nos a uma indemnização de 472.500,00 euros. 

Tão absurda era essa indemnização que nunca mais deram continuação a essa carta, confirmando o modus operandi que fomos assistindo até agora, a ameaça "a ver se pega". Curiosamente, "esquecido" no meio dessa rescisão, ficou outro pagamento de outro trabalho não relacionado com este, no valor de 1000 euros. 

  Ora, uma vez que é muito complicado lutar contra uma agência como a WHO, restava-me a mim, procurar o meio mais eficiente para conseguir atenção, ou seja, divulgar a situação em redes sociais. 

Descobri rápidamente que não estava sozinha, dezenas de outras vítimas foram surgindo, algumas com processos a decorrer. Divulguei, efectivamente, apoiando-me sempre na verdade, a dívida que a WHO tinha para comigo, e por essa razão recebi telefonemas da Ema Cerveira ameaçando-me de queixa na polícia judiciária. 

Ora, uma vez que nada temia, continuei a minha campanha de divulgação, já com o principal intuito de alertar colegas de profissão, potenciais vítimas. Efectivamente, em dezembro de 2010 fui interrogada pela polícia judiciária, por alegadamente ter difamado a agência who no facebook. Tal como eu, o próprio agente que me interrogou considerou tal injunção uma brincadeira, e aconselhou-me a não prestar sequer declarações e seguir com a minha vida. Pouco tempo depois, a queixa foi retirada - irónicamente - por falta de pagamento das taxas associadas à injunção. 

  Desde então que continuo a propalar a dívida e a vigarice de que fui vítima, com acréscimo de atentado à minha integridade, uma vez que nunca difamei ninguém, apenas disse a verdade, e como tal considero um crime a queixa que fizeram contra a minha pessoa. 

No passado mês de outubro, fui contactada pela Ema Cerveira, que pedia uma reunião para revisão da dívida, em troca de, nas suas palavras, "paz". Como tal, agendámos uma reunião, onde ela se apresentou acompanhada da advogada, sem aviso prévio.

Propuseram, então, o pagamento parcial da dívida (uma vez que, alegadamente, o cliente final nunca pagou a totalidade do trabalho por, também ele, considerar "deficiente") em troca da minha assinatura num documento de quitação com os seguintes termos:

"Todos os membros do Grupo SEGUNDO DECLARANTE supra identificados se interditam expressamente de, a partir do presente momento e no futuro, divulgar, difamar, propalar e injuriar a PRIMEIRA DECLARANTE e a sua gerente, Ema Bárbara Costa Campos Cerveira, de todas as formas e em qualquer meio de comunicação verbal ou escrito assim como na internet, nomeadamente em blogues, na rede social facebook assim como nas redes sociais em geral, devendo igualmente abster-se de empregar o nome da WHO, sua gerente e seus colaboradores, obrigando-se igualmente repor o bom nome da WHO, sua gerente e seus colaboradores, na devida extensão em que os mesmos foram prejudicados no passado devido às acções enumeradas, obrigando-se a eliminar na totalidade todos os comentários por si publicados e difundidos na internet, nomeadamente em blogues, na rede social facebook assim como nas redes sociais em geral, de forma devidamente comprovada perante a PRIMEIRA DECLARANTE.


4) As partes celebram entre si uma clausula penal no valor de Euros 200.000,00 caso os SEGUNDOS DECLARANTES continuem a divulgar, difamar, propalar e injuriar a PRIMEIRA DECLARANTE e a sua gerente Ema Cerveira, devendo igualmente abster-se de empregar o nome da Who, sua gerente e seus colaboradores de forma verbal ou escrita, nomeadamente em todos os sites da Internet tais como blogues, redes sociais etc.
5) A PRIMEIRA DECLARANTE obriga-se a extinguir qualquer processo judicial que eventualmente se encontre pendente em relação aos SEGUNDOS DECLARANTES, interditando-se igualmente de iniciar procedimento cível ou criminal contra os mesmos, caso se verifique o estrito cumprimento do conteúdo do nº3 supra."

  Da forma como eu vejo as coisas, este documento representa uma chantagem. Trocam o dinheiro que me devem, e que é meu por direito, pela confissão de algo que eu não fiz, porque nunca menti, sujeitando-me a coimas brutais se violar este acordo. É uma tentativa de troca de papéis, entre o criminoso e a vítima. 

Recusei-me, como é óbvio, a assinar tal coisa, por considerar que não há valor que pague a minha integridade. Este documento representa mais um dos abusos que a WHO tenta exercer sobre os seus agenciados (ou ex agenciados), e faz com que tenha ainda mais vontade de divulgar este caso e lutar para que se faça justiça. Não consigo entender como é que uma agência com o nome da WHO continua de portas abertas a abusar de jovens criativos, e a sair impune dos inúmeros casos de vigarice.


quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Histórias do Tamanho da Minha Altura

Num projeto muito querido ao Fusível Ativo, tenho o prazer de promover o lançamento do livro "Histórias do tamanho da minha altura". Os pormenores vão aqui por baixo. Quem quiser aparecer é bem-vindo.


Até sábado.




Lançamento do livro
“Histórias do tamanho da minha altura”

No dia 17 de dezembro, pelas 15.30h, na livraria Ler Devagar- Lx Factory, Lisboa- a actriz Rita Blanco vai dar voz às “Histórias do tamanho da minha altura”.

“Histórias do tamanho da minha altura” é um pequeno livro, para crianças a partir dos três anos, que conta histórias rimadas por Joana Caldeira e ilustradas por Sílvia Teixera e Maria Vidigal. Uma mistura de linguagens à altura do tamanho de qualquer criança.

Após a apresentação, segue-se um breve cocktail para visitar a exposição que será inaugurada nesse dia e onde vão estar expostas as ilustrações do livro que podem ser adquiridas pelos interessados. A exposição pode ser visitada até dia 28 de dezembro.
O livro pode ser adquirido a um preço especial no dia do lançamento.

Titulo “Histórias do tamanho da minha altura”
Texto Joana Caldeira
Ilustração Sílvia Teixeira e Maria Vidigal
Editora O cão que lê
Produção do evento e execução gráfica Fusível


Para mais informações: geral@fusivel.eu

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Insegurança Social

A minha conta foi penhorada pela segurança social. Tal como eu, tenho vários amigos a quem aconteceu o mesmo. Sem qualquer aviso prévio, com um aviso tardio do banco, descobrimos da pior forma que o acesso à nossa conta à ordem estava vedado. 

Vistas as coisas de um prisma frio e distante, a culpa é nossa de não termos pago a esta instituição. A verdade é que ela é o motivo da nossa insegurança mensal. Todos nós estamos a recibos verdes e temos volumes de trabalho que variam conforme o mês, não temos rendimentos mensais constantes. O que nos deixa na seguinte posição ao final do mês: Comer e estar alojado ou pagar a segurança social? Normalmente preferimos a primeira hipótese.

Não percebo bem até onde os governos querem ir quando nos sobrecarregam com impostos, taxas e outros que tanto cada vez mais impossíveis de pagar. A geração dos mil euros já deu lugar, há muito tempo, à geração dos “700 já é muita bom”. 

E como é que uma pessoa que, na melhor das hipóteses, tem este ordenado gere a sua vida? Ora, depois de levar o corte aproximado de 150 euros da segurança social, de pagar uma renda de 300 euros (isto se estiver a partilhar casa com outra(s) pessoa(s)), depois do passe social com metro e carris que ronda os 34 euros, depois de 150 euros de compras em alimentos e produtos para um mês (isto tudo gasto em marcas brancas e sem muita proteina, claro) sobram uns belos 66 euros. Se por acaso se tiver que ir ao dentista, ou ao hospital, se por acaso tivermos que comprar roupa, se por acaso tivermos outro acaso estamos tramados.

Eu tenho meses que ganho menos de 700 euros. Como é que sobrevivo? Por exemplo, não pago segurança social. Se me derem outra solução, não me importo de a pagar, mas tão cedo não vejo bem como dar a volta a este assunto.

Afinal o meu futuro não está à venda, já está penhorado.



quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Simão feito à mão

Este rapaz faz brinquedos com lixo. A ideia de reutilizar materiais não é nova, aliás, está bastante em voga. O que distingue cada artista é a forma como abordam e trabalham estes desperdícios e materiais invulgares (como por exemplo o Vik Muniz que pode ser visto no CCB). 



O Simão trabalha os seus brinquedos de uma forma que depressa nos transporta para um imaginário ou para uma história simples de imaginar. 

Aqui está o site dele e aqui está um pequeno filme feito pelo P3.




segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Dia feriado

Existem 14 feriados por ano. Desses catorze, 7 são religiosos. Num Estado laico faz mais sentido acabar primeiro com estes últimos do que extinguir os que fazem parte da história do país e da república. Para não ser demasiado dramático, podia-se deixar a Páscoa e o Natal, mas de resto, porque é que não os passam todos para domingo? Não é este o dia da celebração de Deus e quando ele descansa? Então é o dia perfeito para celebrar, num descanso mais animado. 

Em relação aos outros feriados, vou ter que admitir muito embora me custe muito, até concordei com a opinião do Duarte de Bragança: Porque não juntar o dia de Portugal com o Dia da restauração da independência? Isso, e passá-los todos para segundas ou sextas de forma a não quebrar a produtividade durante a semana. 
E assim fica exposta uma forma simples e facilmente compreensível da alteração dos feriados. Às vezes custa-me perceber como é que o governo tem tanta dificuldade em tomar determinadas decisões e ferir suscetibilidades de certos grupos que nem sequer pagam impostos. Mas enfim, pode ser que este post os ajude.