quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Treinadores de bancada

Se há  coisa que descredibiliza e me desaponta muito, são pessoas que exigem mudança mas não mudam; que pedem um esforço, mas não se esforçam; que dizem para irmos em frente mas não nos dão a mão. Essas pessoas ficam presas a uma zona de conforto, logo, são as últimas a mudar, porque mudar implica uma escolha. 

Depois é vê-los a fazer coisas menos inteligentes como mudar de sentido a meio da Av. João XXI (que é como quem diz, fugir com o rabo à seringa), é vê-los mandar bitaites sobre a economia e a crise, assumirem que não são ricos, quando têm um património invejável; é vê-los pedir sacrifícios durante as férias, quando eles próprios tiram férias, entre outros exemplos menos bons.

Estas pessoas, que querem tanto mas não se mexem, não percebem que mudar é um compromisso de partes em que, mesmo que uma tenha que mudar, a outra tem que lhe dar a mão, tem que estar lá nos bons e maus momentos mostrando apoio e compreensão (literalmente, não é só blá blá blá).

Se o país precisa de mudança, então temos todos que mudar em conjunto para que o bem comum seja respeitado e seja conquistado numa relação que vai bem para lá do "até que a morte nos separe".


Autoria de Banksy; tirada daqui

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Estar vivo é o contrário de estar morto

Quando alguém morre, passa de besta a bestial, ou de normal a magnífico. Morta é que uma pessoa dá nas vistas e mata os seus defeitos. O que era feito da Whitney Houston? Quem, dos seus grandes amigos que ficaram tão tristes, a elogiou e quis gravar com ela enquanto viva?

Quem era o Angélico não sei quê? Porque é que só ouvimos falar dos seus brilhantes e multifacetados talentos depois de morrer?

Como é que o João Amaral, que fez tanta frente ao PCP, foi convidado a sair teve o partido em peso no seu funeral a dar-lhe elogios atrás de elogios, que até metia nojo?
Maria José Pinto Nogueira, essa grande mulher da direita, que toda a esquerda odiava e mas que teceu os mais nobres reconhecimentos.

Mas o que é que a morte trás aos mortos que, de repente todos acham que a pessoa defunta era fantástica? Será um estigma social de hipocrisia? O medo de sermos o próximo e querermos ganhar  um lugar no céu?

Para mim morto ou vivo, cada pessoa vive daquilo que é, sem ser enaltecido com a ausência de vida. Os que cá ficam, sabem o que guardam da pessoa e a pessoa em causa, já leva com ela todas as criticas tecidas em vida, não dá para voltar atrás.

Vamos mas é louvar a vida e os vivos que esses é que precisam de elogios e incentivos.  Caso contrário, arriscamo-nos a que a taxa de suicídio aumente, numa procura de reconhecimento já que a crise anda a deitar a baixo muitos egos.


terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Manifesto


Parabéns Fusível Ativo!

Chegámos ao primeiro ano blogador. As nossas melhores expectativas foram atingidas com 12.000  visualizações de páginas (mais coisa menos coisa). Queremos, por isso, agradecer a todos os que passam por aqui.

Como é dia de festa e cantam as nossas almas, o blog redistribuiu os posts aleatoriamente, numa celebração estonteante! Se acharem que temos posts novos, não temos, foi mesmo uma falha técnica.

Nós decidimos celebrar de uma forma mais convencional com os seguintes presentes:

- A partir de agora, para além dos posts regulares, vamos ter cartazes quinzenais a ilustrar alguns dos posts já feitos, num regresso ao passado;


- Vamos deixar de ter os classificados, porque não teve o sucesso que esperávamos, mas continuaremos a anunciar qualquer evento relevante na página principal;


Esperemos que gostem das novas mudanças e que continuem a visitar o Fusível Ativo.





segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Coisas engraçadas da vida

Dentro deste tema podia falar de episódios do quotidiano e de coincidências interessantes. E é isso mesmo que vou fazer: 

Não foi assim há tanto tempo que o governo tomou posse e deixou bem claro que não queria fazer o TGV (muito embora até tenha sido um governo com a mesma cor a lançar a ideia, mas isso é outra história que envolve a incoerência dos nossos político). Ironia do destino, afinal até acham boa ideia e estão a dar início ao processo. Por acaso, e só mesmo por acaso, as carruagens são de uma marca alemã e os carris de uma marca francesa. 

O Governo anunciou rapidamente os cortes que ia fazer de forma a mostrar trabalho e empenho. A verdade é que, só anunciar medidas não faz automaticamente que elas aconteçam. Por exemplo, houve um grande alarido quando se decidiu acabar com a Parque Expo mas a verdade é que o concelho de administração ainda não foi nomeado, entretanto não entram projetos novos porque ninguém sabe se esta empresa sobreviverá ou não e, todos os trabalhadores andam de mãos nos bolsos porque não têm nada para fazer. Ou seja, se tinham que tomar esta medida, se calhar deviam ter esperado uma altura mais oportuna onde conseguissem agilizar facilmente o processo em vez de deixarem não sei quantas pessoas num stress crónico e sem nada para fazer. 

Eleições na Madeira. Consta que ganhou o partido que todos estavam à espera que ganhasse. Até aí tudo bem. Mas é engraçado como o Governo que, só por acaso é da mesma cor do que ganhou naquela ilha, ainda não se ter pronunciado sobre a divida que esta ilha tem, nem ter tomado a iniciativa de começar a averiguar o que aconteceu. A atitude que acharam mais correta foi manter o silêncio. Vamos ver até quando mas, cá para mim, parece que desde ontem (dia das eleições) está para vir a qualquer momento uma qualquer opinião, estejam atentos ao twiter e facebook dos nossos representantes.
Mas a vida é mesmo assim, feita de coincidências todas iguais, mas há umas que são mais iguais que outras. 


Maratona invisivel

Todos sentimos a corrida das bolsas, mas não temos acesso à primeira bancada, nem percebemos bem as regras (falo por mim), nem percebemos bem onde é que se passa. Só conseguimos ver os resultados através de outros resultados de outros mercados, de outros países com outras moedas.

Faz-me alguma espécie que uma coisa tão confusa seja a que rege a economia de que todos dependemos.

Será de propósito?

Tirem o dinheiro dos bancos!

Muito embora os nossos votos sejam de um 2012 cheio de coragem de força de vontade e associativismo, queremos relembrar que ainda nos encontramos numa situação económica frágil.

Eric Cantona fez um apelo, há já algum tempo, de um protesto que não foi levado a cabo mas que é uma excelente forma de reivindicar, sem violência, sem motins, sem polícia, sem confrontos de maior. É uma forma pacífica de provar que o poder está no povo, que se todos os “pobres” levantarem o seu dinheiro, os 1% não conseguem sustentar esta imaterialidade monetária, números que vemos mas nunca sentimos, dinheiro que não existe efetivamente. Eles movimentam-no como lhes convém. Fazem dinheiro com o nosso dinheiro, e ainda nos cobrarem impostos e taxas.

Nesse sentido fazemos um apelo: Pedimos a todos que, entre o dia 13 e 14 de fevereiro, levantem todo o dinheiro das vossas contas. Nos dias seguintes voltamos a depositar, mas o objetivo é que os bancos sintam o que é estar sem dinheiro, o que é estar preso a um bem que pensam ser deles, mas que é nosso.

Vamos mostrar-lhes o amor que temos por um espírito solidário, que todos estamos metidos nesta crise, que não nos podem manipular, chantagear e, mais importante, que o povo é quem mais ordena.

Entre dia 13 e 14 de Fevereiro, levantem todo o dinheiro das vossas contas.

Saga Seguranças Social, episódio... já perdi a conta.

A Segurança Social, ironicamente a SS, continua-me a dar problemas. Não consigo esclarecer dúvidas após ter visto o meu dinheiro a ser penhorado. Além disso, a quantia que me tiraram foi mais elevada que a minha dívida. 

O problema, agora, é que a SS culpa o banco do qual sou cliente e o meu banco, surpresa das surpresas, culpa-a a ela. 

E realizo o problema de Portugal, um país onde os bancos e o Estado andam de braço dado. Eu sei que já era óbvio devido ao destino do dinheiro que nos chega, ou melhor, que não nos chega, ou melhor, que chega a Portugal mas não aos portugueses, ou melhor,  chega a alguns portugueses. 

Chego a um estado de frustração que já só dá vontade de rir para não chorar. Conto as minhas aventuras num tom jocoso quando, no fundo, sinto uma enorme repugnância e deceção. 

A única solução é mudar de banco já que não posso mudar de Estado.