segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Vendido futuro, a bom preço e a 10 anos

A aldeia global está a tomar conta do mundo. O ocidente, que sempre desejou esta grande abertura está a deparar-se com um problema: os níveis de vida pelos quais sempre lutou e quis manter estão a ser normalizados. Ou seja, a classe média desce gradualmente o seu poder de compra porque compete diretamente a nível mundial. Já não ganhamos tendo por padrão o nosso continente, mas sim tendo em conta uma economia mundial onde, por exemplo, a Índia e os EUA competem lado a lado.

As regalias a que os nossos quadros se habituaram, estão a começar a ser suprimidas e, a geração dos 25 aos 35 está a ver o seu futuro a ser hipotecado. O futuro laboral, o futuro familiar, o futuro de reforma estão a ser tirados sorrateiramente, num jogo de cintura sem escrúpulos.

Os bancos deram créditos lembrando a estes jovens que tinham a vida pela frente e uma carreira de futuro; as empresas prometeram que no próximo ano é que era, que iam receber bem, mas só para o próximo ano (e ainda dizem o mesmo); os descontos obrigatórios para uma suposta reforma não coincidem com a realidade de um país cuja pirâmide etária está a ficar cada vez mais invertida porque ter filhos deixou de ser uma prioridade, não há dinheiro.

Competimos com países que oferecem o mesmo, mas mais barato e com a mesma qualidade; onde o nível de vida é mais baixo mas o nível cultural não. Vamos ver ascender a China, a Índia, o Brasil e nó vamos ficar aqui, neste cantinho, a transformarmo-nos e a equilibrar as voltas da economia e das mentiras sociais. 




segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Gosto mas não gosto.

De uma forma geral, as pessoas são contra a publicidade. Acham que é enganadora, manipuladora e uma coisa supérflua. A verdade é que a publicidade é uma forma de comunicação legítima, até porque há leis que fazem com que tenha que ser verdadeira, muito embora todos desconfiem dela. Isto é uma tentativa de culpar terceiros do consumismo a que nos sujeitamos para ter a consciência tranquila. Mas a verdade é que, se eu não gostar de couve roxa, pode vir a melhor publicidade do mundo que eu não vou comprar nem querer comê-la. 

As pessoas esquecem que ela é uma ferramenta útil que nos ajuda a escolher coisas. Imaginem um supermercado sem marcas, onde os produtos estavam todos em embalagens iguais, onde a escolha seria uma coisa aleatória, um totoloto de produtos que, como consequência, não seriam diversificados. 

Imaginem-se a precisar de um canalizador e não ter forma de o contactar porque ele, por seu lado, não tinha forma de se fazer ouvir. 

Imaginem-se numa papelaria a comprar um jornal e não saber qual vos ia calhar porque as capas eram normalizadas. 

Todas estas pequenas coisas são abafadas por alguns radicalismos que não aceitam a publicidade como uma forma de comunicação que por vezes pode mudar o mundo de uma forma positiva. 



segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Futuro, essa palavra tão relativa.

Poupar, para uma pessoa normal, requer fazer coisas como comer menos vezes fora (ou mesmo deixar de o fazer), não comprar tantas coisas supérfluas, pensar melhor em como gerir os seus rendimentos, mas uma coisa é certa: irá continuar a gastar dinheiro nas suas deslocações e na sua saúde, seja de que forma for. 

Ora bem, transpondo isto para uma perspetiva maior, o Estado pode e deve cortar em algumas despesas, aliás, não fazer tantas refeições (quando? Quando somos nós a pagar a conta), não devia gastar dinheiro em coisas supérfluas (quais? Imensas), devia pensar em gerir os seus rendimentos (quais? Não sei, por isso mesmo deviam pensar neles) mas, acima de tudo, nunca deve cortar na saúde, nos transportes nem na educação. Estas 3 áreas são cruciais para termos um futuro e para fazer funcionar uma sociedade que, neste caso, está em crise já há demasiado tempo. 

Sem transportes as pessoas não podem ir trabalhar, vão preferir utilizar o transporte particular contribuindo para dificultar a circulação dentro das cidades e para poluir mais o meio ambiente. Durante a noite está a ser incentivada a condução por pessoas embriagadas e os espaços de circulação de peões são invadidos por carros mal estacionados.

Relativamente à saúde e à educação, são dois direitos que nunca devem ser postos em causa. Sem eles, existe uma classe privilegiada, a única que terá acesso a uma saúde e uma educação decente tornando estas duas áreas numa regalia. 

Não percebo qual é a estratégia a longo prazo deste governo, e de outros governos. Não percebo como é que podem estar a pensar numa forma de nos salvar quando o único futuro que vêm para um país são 4 anos de mandato. 



quarta-feira, 9 de novembro de 2011

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Não.sei.que.mais, unidade sindical!




O sindicalismo nasceu numa altura em que a máquina era uma ameaça para o homem trabalhador (homem e mulher, para não ferir suscetibilidades). Numa tentativa de combater uma vida de trabalho de escravo onde não havia direitos, as pessoas juntaram-se na luta de um interesse comum, na procura de uma vida mais digna. 


Com o passar dos anos o proletariado tem um inimigo que não é a máquina, nem as novas tecnologias. Muito embora continue a tentar sobreviver contra o capitalismo, já não trabalha (na sua maioria) com as mãos. O proletariado são as pessoas que vendem trabalho intelectual, que continuam a lutar pelos seus direitos, mas estão dispersos, já não são uma classe única e específica. 


E com isto, os dois principais dirigentes sindicais de Portugal perderam razão, mas o que me faz confusão é que não perderam força. Muito embora os anos passem. Continuam a mobilizar só porque sim, determinados grupos a greves sem fazerem uma negociação dos direitos como deve ser, por vezes nem sequer verosímil. O poder negocial limitou-se à força que têm de fazer greve, atrás de greve, atrás de greve, até deixar de fazer sentido. Quem sai prejudicado são todos os trabalhadores, os que acreditam que estão a ser defendidos e os que sofrem as consequências destas greves sem causa. 


E estes dois grandes sindicatos que se dizem pelos trabalhadores, ficam contentes porque, na verdade, só pensam na sua visão pessoal e egoísta de continuar a mobilizar através de demagogia. 


Não sou contra as greves, sou contra esse egoísmo hipócrita de quem luta por si camuflado de uma luta comum.