segunda-feira, 26 de setembro de 2011

A razão de Darwin

Depois de tudo o que fomos apelidados, descobri o nome da minha geração: A Geração Darwinista.

 A minha geração viveu a infância sem computadores, internet e outras coisas que tais. Durante a adolescência adaptámo-nos facilmente a todas as tecnologias emergentes para sobreviver e conseguir comunicar num mundo que já não era o mesmo em que crescemos. Da mesma forma, o emprego deixou de ter a conotação que tinha no tempo dos nossos pais que nos educaram para lutarmos por uma licenciatura como garantia de um futuro, para encontrar uma empresa respeitável, trabalhar nela e ficar lá o resto das nossas vidas.

Enquanto crescíamos e nos licenciávamos o mundo foi mudando. Quando finalmente chegámos ao mercado de trabalho as regras tinham sido alteradas mais uma vez e, mais uma vez, tivemos que nos adaptar para sobreviver. Recibos verdes, freelancers, tirar mais um curso técnico aqui e ali para tentar complementar a nossa área, etc..

Agora apareceu a crise. Mais que nunca vamos ter que nos adaptar a uma nova adversidade onde a seleção natural vai ter um papel fundamental. Quem não recorrer à criatividade, ao risco, à aposta em alternativas, pode ser aniquilado do seu futuro, e morrer no mercado de trabalho ou ficar para trás num mundo que começa a andar mais depressa que nós. As licenciaturas que tirámos têm que ser vistas como uma ferramenta para traçar um percurso que pode ir para lá do que estávamos à espera.

Vejo muitas "espécies" que já estão condenadas, que se acomodaram a determinadas situações sem pensarem em alternativas e num futuro mais distante.

Felizmente, também há muita gente que se deu bem e tem uma vida estável. Mas seja como for, e tendo em conta as vicissitudes cada vez menos previsíveis, é sempre bom estar preparado para sobreviver, numa vida que vai sendo um Beagle à deriva.



2 comentários:

  1. OH Fusivel andas mesmo Activo! De facto chegámos ao tempo em que a reacção já é, ela própria acção.
    Não há corpo, nem mente que se aguente nas canetas!
    Mais cansados e mais vazios que conseguiremos aguentar nas costas?

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