terça-feira, 4 de dezembro de 2012

O tempo pergunta ao tempo, quanto tempo o tempo tem.


Tudo na vida é efémero. Mas a efemeridade das coisas é relativa. Cada vez mais é-nos vendida a brevidade do que conquistamos, seja a nível profissional, académico, pessoal ou a nível de consumo. 

Esta aceleração da vida transformou a nossa perceção das coisas. Deixámos de acreditar na longevidade do que nos rodeia, deixámos de acreditar que vale a pena lutar. É cada vez mais frequente ver as pessoas a desistir à primeira porque não têm resultados imediatos, porque as coisas não são logo perfeitas. O perfeito constrói-se com tempo e perseverança, não se constrói com mil tentativas fortuitas. 


Somos nós que comandamos a efemeridade do que nos rodeia. Se uma coisa está estragada, arranja-se; se uma relação está com problemas, temos que ser nós fazê-la funcionar melhor; se amanhã não vamos ter aquilo que pretendemos temos sempre o depois e o depois e o depois. 


Já se diz há muito tempo por terras lusas: devagar se vai ao longe. Eles lá sabem.





4 comentários:

  1. Um dos textos mais certos que tenho visto no Fusivel.
    Até nós demoramos a crescer! Muitas vezes deixamos que a acentuada ansiedade adolescente de tudo ser "para já" nos mate à nascença o que é o nosso sonho

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