segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Ativo

Todos sabemos que a crise anda por aí, aliás, estamos tão familiarizados com ela que nos habituámos, já há vários anos, a culpá-la de tudo. A ela, ao presidente, ao primeiro ministro, ao patrão, aos ordenados que não sobem, ao tempo que no ano passado isto não era nada assim, àquele último shot de whisky que estragou tudo, e por aí fora.
Mas, se somos portugueses, a culpa da crise no país não será de todos nós? A resposta parece óbvia, mas a verdade é que nunca ninguém admitiu qualquer tipo de responsabilidade. E, para que fique claro, não me estou a referir a pessoas com cargos elevados cuja responsabilização é óbvia (mas seria demasiado fácil ir por aí), nem àquela mancha generalizada que todos culpam quando dizem “os portugueses”, numa auto-exclusão e negligência. Estou a falar de cada um de nós.
Hoje, venho aqui admitir que a culpa da crise é minha. Se é só minha, calculo que não, mas eu contribui com a minha inércia e não quero contribuir mais. Foi com esse objectivo que nasceu o Blog Ativo: um sítio onde as boas ideias são bem vindas, partilhadas e executadas de forma a acabar com as culpas e desculpas.


2 comentários:

  1. Como concordo contigo! Vivemos à sombra da Europa, no meio do "nevoeiro" de um passado "grandioso" à espera do regresso de um D.Sebastião e de um 5º Império numa atitude à velho do restelo, mas sempre de manguito feito para quem quer que seja que se atreva a dizer mal do benfica... Com isto que me apercebo que o Estado Novo não acabou, camuflou-se, adaptou-se aos tempos "modernos"... Já todos chegamos à conclusão, mesmo que não o queiramos admitir que a "revolução dos cravos", pacífica de nada adiantou, foi muito branda no que toca a atitude. Tão depressa passamos de revolucionários a parte do "Novo" rebanho instituido, só que desta vez o poder é "democraticamente" partilhado pelos vários "trens de cozinha" que temos no poleiro. É nossa responsabilidade social reagir a esta inércia. É preciso massa crítica reactiva! Temos de entrar na "guerra" e deixar de pensar que "isso vai dar muito trabalho..." e que "é melhor estar quietinho...", chega de procrastinar! Mudemos de fusível inerte para fusível activo, reactivo, criativo!

    Força aí para o vosso projecto!

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  2. O nevoeiro são só máquinas de fumo, os cravos são cravos senhor (mas do seu tempo) e a meta que se procura não é a linha do horizonte. Para mudar não precisamos de ser megalómanos nos atos. Em vez de nos queixarmos, é só reclamar quando o serviço não corresponde ao que promete; em vez de nos queixarmos, é votar nas eleições; em vez de nos queixarmos, é só agir quando é preciso. Será que é esse o problema? A falta de ação na altura certa?

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