segunda-feira, 16 de maio de 2011

Tenho medo, tenho muito medo

À medida que o 5 de junho se aproxima, mais cresce a minha angústia. Pela primeira vez não faço a mínima ideia em quem, ou como, hei de votar. As opções que pondero têm sempre consequências negativas que me desequilibram a consciência. Um exemplo disso é o voto em branco: por um lado, se houver 50%+1 de votos em branco, os partidos têm que refazer as listas políticas renovando as pessoas que apresentam, já que a maioria dos votantes as considera incapazes (erro de interpretação meu, o voto em branco não conta - ver curto-circuitos em baixo e um pedido de desculpa ativo); por outro, numa altura de crise, esta expressão tem mais probabilidade de causar consequências negativas, já que se vai gastar mais dinheiro dos contribuintes em novas eleições, propagandas, subornos, perdão, eletrodomésticos, etc..

E esta dicotomia reflete-se em todos os votos hipotéticos:

- PS - O ponto positivo é não ter lá o Passos Coelho (mesmo sendo ele o melhor candidato a fazer farófias e o único, como o próprio diz, "Casado com África"), o ponto negativo é ficar lá quem não quer, já que o Sócrates disse, noutros tempos, que se recusava a governar um país com a intervenção do FMI;

- PSD - O ponto positivo é que sai de lá o Sócrates, mas o negativo é que fica lá o Passos Coelho que tem conseguido manter o seu nível de gafes e parvoíces bastante elevado e regular;

- CDS - O ponto positivo é que poderíamos ter bases aéreas com solários, o ponto negativo são muitos;

- PCP - O ponto positivo é terem um martelo para por ordem no parlamento, o negativo é o reacionarismo e o loop ideológico descontextualizado;

- BE - O ponto positivo é (por motivos técnicos este ponto não será preenchido por levar a um tempo demasiado extenso de ponderação para encontrar qualquer coisa para escrever), o ponto negativo é este ser um partido incoerente e seria um perigo dar-lhes poder;

- Os Verdes - hum…

- PNR - Acho que não preciso de dizer nada;

- PH - Ponto positivo é dar votos a partidos mais pequenos para que o governo tenha que fazer uma coligação e dialogar com todos, o ponto negativo é que os partidos representados na Assembleia da República não são muito dados ao diálogo e compreensão;

- POUS - Pois, não sei o que dizer;

- PSR - Quem?

- MPT - Ponto positivo é serem demasiado geeks, o ponto negativo é serem demasiado geeks;

E é por isto que sinto o peso da votação, principalmente quando percebo que a minha escolha não vai ser a mais acertada mas a menos má. Seja como for, vou votar. Alguma sugestão?
Tempo de antena - O Fusível Ativo faz um apelo ao voto, seja ele qual for. Além de este ser um direito, é a única forma de nos expressarmos e escolher quem nos vai governar. Dia 5 de Junho, votem.

6 comentários:

  1. muito bom! adorei o post só tenho uma correcção a fazer:

    "Os votos em branco e os votos nulos não têm influência no apuramento dos
    resultados;
    - Será sempre eleito, à primeira ou segunda volta, o candidato que tiver mais
    de metade dos votos expressos, qualquer que seja o número de votos brancos
    ou nulos.
    Ao abrigo do artigo 11.º do Decreto-lei n.º 85-D/75, de 26 de Fevereiro, determina-se
    a divulgação da presente nota."

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  2. Erro meu, tens toda a razão, foi má interpretação de uma notícia.

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  3. Tentaram passar esse erro para que as pessoas votem e sintam que fizeram a sua parte, quando na realidade o que fizeram não lhes vai ajudar a alcançar o que pretendem, isto é mesmo o jogo do gato e do rato eles querem manter se onde estão e vão fazer o que for preciso para o conseguir, enganar omitir passar falsos infos... Juntos vamos conseguir mudar isto mas mudar mesmo à séria!

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  4. Ahhhh, e agora o que vou fazer? Estive sempre na ingenuidade de achar que era muito cívica ao votar em branco, achava que ia ser um descanso, pois sem ter que pensar muito, fazia o meu voto e contribuía para a democracia. Porque não há muito mais a fazer... Pois como é normal não acho que nenhum dos caramelos que se apresentam diz nem faz nada de jeito. Era necessário uma reforma total, uma mudança muito maior, e não uns tótós vendidos ao capital, mentirosos compulsivos. Devia era ser proibido sequer o Sócrates se candidatar de novo... Depois de se ter demitido e de dizer que não governava com o FMI. Mas nem tudo é silêncio, e há muita gente que os denuncia e que salienta estes factos publicamente, senão veja-se o exemplo de brilhantes crónicas como por exemplo a de Ricardo Araújo Pereira na Visão (a que ele fala do Bin Laden e depois remete para o panorama político português está demais...). Mas como eu dizia, não há muito mais a fazer... porque nós falamos, os factos são apontados publicamente todos os dias, mas nada acontece. O poder é muito. E nós teríamos o poder, mas seria preciso uma capacidade de acção e de (re)organização, que nós (portugueses) não temos. Let's face it.
    E agora, voto no quê??

    Tânia Mestre

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  5. Nada como divulgar informação para que isso aconteça. Por aqui já andamos a apelar a quem conhecemos para não votar em branco, já que as consequências são realmente inúteis para nós e umas belas gargalhadas para quem ganhar.

    Mas estamos contigo: vamos mudar isto tudo!

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  6. Tânia, não te posso ajudar... Eu também não sei o que vou fazer...

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