segunda-feira, 20 de junho de 2011

Ser poeta é ser mais alto, mas um engenheiro também pode ser

Criatividade, para mim, passa por resolver problemas de uma forma surpreendente, quase óbvia para quem está de fora, mas eficaz independentemente da complexidade do mesmo. Este substantivo, no entanto, está muito relacionado com as áreas das artes como se fosse uma coisa exclusiva dos artistas. Qual é, na verdade, a grande diferença entre criar uma pintura e criar um interface inovador? Qual a diferença entre compor uma música ou compor aulas de forma a cativar alunos? Qual a diferença entre esculpir uma pedra e juntar moléculas para fazer um nano carro? 

A grande diferença é o resultado. Nas áreas artísticas pudemos desfrutar do produto final de uma forma quase imediata e prazenteira. Nas outras áreas, como são dirigidas a um público muito específico, o prazer imediato passa para segundo plano, principalmente porque o intuito é, objetivamente, a funcionalidade. Mas está lá, num amor incondicional ao telemóvel, ou num agradecimento silencioso à Via Verde pelo tempo que poupa, na urgência de ter a cura rápida para uma dor de cabeça, no prazer em puder ralar queijo para pôr na comida, na simplicidade de se puder limpar o rabo na casa de banho, etc.. 

Com isto não quero dizer que os artistas raptaram a criatividade e declaram-na deles, muito pelo contrário. As outras áreas é que não a assumem como delas.
Por isso, quero agradecer a todas essas pessoas que se dizem “não criativas” por nos ajudarem todos os dias e dizer-lhes que se assumam, porque isto de ter boas ideias é sempre difícil, seja em que área for.


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