segunda-feira, 11 de julho de 2011

Bitaite, laracha, bocas, palpite, espingardar

Se há povo que sabe reclamar, somo nós, os portugueses. Mas se começamos por ser contidos, se alguém se junta à causa sai um rojo de críticas conjuntas direcionadas a quem de direito, mas sempre a uma distância de segurança.

Esta crítica verbal nunca passa disso mesmo. Em vez de agir, preferimos ficar a mandar bitaites, criar uma equipa que nos perceba e que nos ajude a dizer "não há direito". Ora, haver direito há, temos é que defendê-lo, enfrentar o que nos indigna de frente, pedir com licença e tirar as pedras do caminho, de preferência com estilo.

Quando alguém não se levanta num transporte para dar o seu lugar a outro que precise, a indignação não faz com que mude, mas um "olhe desculpe, pode dar-me o seu lugar?" ajuda; se somos mal atendidos em sítios públicos ou privados, não vale a pena ficarmos irritados e comparar o nosso mal com quem passou pelo mesmo. É preciso pedir o livro de reclamações ou chamar um responsável.

São estas ações que contribuem para um melhoramento dos serviços, porque os próprios serviços/comportamentos/atendimento podem não perceber que falham se não forem chamados à razão.

Sempre que reclamei, que me lembre, houve consequências a meu favor que me tornaram uma pessoa menos amarga e queixosa, porque quando vemos que é feito algo para acabar com a indignação, sentimos mais empatia pela entidade responsável pelo nosso desconforto. Vamos para casa mais satisfeitos porque as coisas funcionam e a voz de cada um, por mais pequena que seja, pode e deve ser ouvida. O melhor disto tudo é que, se todos lutarmos por este direito e optarmos por reclamar em vez de espingardar, conseguimos mudar uma sociedade. O principio é simples: Basta agir.



2 comentários:

  1. nem mais... o problema é que por vezes as pessoas perdem demasiado tempo de vida a reclamar e por isso preferem não o fazer. Mas sim, é preciso reclamar e perceber só assim as coisas e as pessoas melhoram.

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  2. Reclamar é um daqueles direitos que ninguém leva muito a sério, assim como votar.

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