segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Bem vindo à realidade

Não é impensável para ninguém pedir patrocínios para avançar com projetos que não podemos sustentar ou que serão mais rentáveis com o apoio de um particular. Felizmente, as empresas aceitam. Muitas vezes até parte das próprias empresas criar espaços onde promovem cidadãos que se destacam, seja pela sua arte, seja pelos seus feitos como pessoas. Quando isto acontece a opinião pública aplaude. 

Quando uma câmara municipal procura financiamento, o processo é o mesmo que o comum dos mortais: ou se endivida, ou procura um patrocinador/investidor. A diferença é que a opinião pública, neste caso, revolta-se e acha errado. Nunca vi uma ação onde houvesse uma opinião positiva neste tipo de financiamento municipal. É sempre considerado mau muito embora, a maior parte das iniciativas, tenham sucesso e adesão. 

A Baixa/Chiado - PT Blue Station foi uma forma de ganhar algum dinheiro de uma forma diferente. Não acho mal e não acho horrendo, até porque só no nome da estação é que está objetivamente representada a marca. Até acho bem mais agradável este tipo de intervenções do que pejar espaços públicos com cartazes publicitários, por vezes muito agressivos (como por exemplo uma campanha terrível que tinha uma senhora a fazer um manguito em pleno largo do rato, e nem sequer estava virada par a sede do PS). 

Esta polémica que se gera sempre que surge algo diferente é normal, mas parece que as pessoas não reparam no que as rodeia. A publicidade está espalhada por toda a cidade, muito embora estejamos tão habituados a certos meios que nem damos por isso. 

Terrível é haver mais de 15 minutos publicitários nos canais 1, 2, 3, 4 quando, legalmente, não é permitido; mau gosto é deixar certas marcas fazerem campanhas e promoções agressivas perto de escolas de ensino básico; chocante é ver certas novelas, também para um público jovem, fazerem promoção descarada de certos produtos quando também não é permitido legalmente; entre outros exemplos. 

Uma estação de metro não vai matar ninguém e se esta empresa for privatizada preparem-se para a estação McDonald’s ou El Corte Inglés.



4 comentários:

  1. A análise do Fusível é bastante pertinente e correta.
    Grave é num anúncio da Meo porem-se três homens em frente à televisão, dondenão descolam.
    Grave, grave é haver um anúncio a um jogo de futebol onde o valor das relações pessoais e amorosas sem encaram como qualquer coisa sem importância. Não percebo que não haja um conselho de expertos que dê opinião sobre a pedagogia, ou falta dela, pior ainda, altamente destrutiva das relações humanas.
    Ainda bem que o Fusível trouxe este tema a lume.Parabéns!

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  2. As mensagens destrutivas e perigosas são as que passam despercebida e não as que são devidamente identificadas.

    Obrigada pelo comentário.

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  3. Grave é termos metade do centro da cidade de Lisboa tapada por tapumes publicitários que escondem os edifícios. Tal como aconteceu com o projecto do marquês de Pombal que uma vez que ficou completo, tivemos sempre o prédio do BES e o da Vodafone tapados por publicidade.

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  4. estou de acordo consigo na parte que diz respeito ao aproveitamento da oportunidade de obras pra fazer algum guito à custa da publicidade; já quanto às iniciativas das empresas, culturais, benfazejas e quejandas, torço muito o nariz

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