segunda-feira, 17 de outubro de 2011

As nossas armas

Este sábado percebi uma coisa: ser polícia é tramado. Acredito que, muitos dos polícias que ali estavam, se queriam juntar a todos, gritar as palavras de ordem que se propagavam pelas bocas de quem os rodeava e deviam ter os seus próprios cartazes escritos mentalmente sem os puder colar nas grades da assembleia. 

Eles, que têm várias manifestações marcadas, tiveram que estar calados, tiveram que impor respeito para manter a ordem, provavelmente uma desordem na cabeça deles. 

Mesmo assim, ainda tiveram que aturar com alguns insultos descabidos que saiam da boca dos mais fracos, dos que fazem uma luta fácil e sem respeito, felizmente uma minoria. Foram recompensados com um aplauso geral pedido por um dos oradores da assembleia popular. 

É importante respeitarmos todos os cidadãos, porque estamos todos a passar pelo mesmo. Se olharmos bem para as condições de trabalho das autoridades e as razões pelas quais querem também reivindicar, percebemos claramente que eles também fazem parte dos 99%. 

7 comentários:

  1. Gosto!
    Sobretudo a chamada de atenção para a "luta fácil"!.
    De facto, os polícias só fazem parte do sistema quando estão com a farda vestida. Ossos do ofício...

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  2. "De facto, os polícias só fazem parte do sistema quando estão com a farda vestida."

    Um grande facto que deve ser sempre lembrado, até porque eles próprios já tiveram as suas lutas, este post do Bitaites mostra isso:

    http://bitaites.org/pessoal/caro-policia-de-choque/

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  3. Não discordo com o post publicado pelo Fusível Ativo, mas queria deixar aqui umas palavras de contentamento pelo que aconteceu no dia 15 de Outubro em frente à Assembleia da República, porque também me parece bastante relevante:

    A quantidade de pessoas que veio mostrar o seu desagrado, revela que realmente não podemos continuar em casa de braços cruzados a ver na TV o ataque que esta economia mundial está a fazer às nossas carteiras.
     
    Finalmente, não são só as pessoas que viveram o 25 de Abril que se sentem indignadas. É nesta geração que me revejo e, em conjunto com todos os que estão indignados, quero contribuir ao máximo para conseguirmos travar esta economia capitalista.

    Em conjunto com os polícias, com os desempregados, com os estudante e com todos os que se quiserem juntar, vamos à Luta.

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  4. O descontentemente é óbvio e foi devidamente demonstrado por quem saiu à rua. Mas nem todos se lembram, por vezes, que estamos a lutar em grupo.

    Não estamos na rua a defender partidos, nem os pobres, nem estamos contra os ricos, nem são só os desempregados que estão mal.

    Esta sociedade é feita de todos, deve ser pensada por todos só assim a Luta pode Continuar.

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  5. Concordo plenamente.
    Aqueles que ainda não se aperceberam disso, provavelmente conseguirão arranjar emprego como deputados de um qualquer partido.

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  6. Mas quando a TV se foi embora, lá 'limparam' a escadaria pelo método habitual...
    Não sem antes o provocador de serviço ter ido à carrinha pedir a palavra para dizer uma série de baboseiras pseudo-empolgadas e partir o microfone no fim, para se ter a certeza de que as coisas ficavam por ali.
    A polícia tem, duma forma geral, toda a minha solidariedade para questões "sindicais" (até porque se têm degradado enormemente as suas condições de trabalho). Mas há coisas que custa aceitar: http://contraaviolenciapolicial.blogspot.com/

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  7. Tenho ouvido falar de mais casos desses... infelizmente...

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