segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Não nos cortem as veias

Lisboa é uma cidade, logo, é um organismo vivo com um fluxo constante de gente, de cultura, de ideias, de opiniões que, por vezes, podem e devem divergir. Mas tendo em conta que fazemos todos parte deste organismo, é importante saber debater ideias para que todos consigamos fazer esta cidade mexer. 

Lisboa sempre foi uma cidade pluricultural, multirracial e foi isso que fez dela o que é hoje. Aliás, quando a privaram dos seus multis e pluris, os grandes pensadores fugiram para outros países da Europa (e nem com um estado laico deixou de haver essa pressão). 

Fugiu-nos a cultura, um dos principais bombeadores de pensamentos e um dos pilares da formação de qualquer pessoa. Faz-me confusão que os séculos tenham passado e, mesmo assim, cada vez mais ela seja passada para segundo plano. Os meus amigos artistas fogem para o estrangeiro, como se fossem perseguidos por um país que não compreende o que dizem e não reconhece a importância da sua linguagem. 

Vão-se esvaindo as ideias. A cidade vai ficando vazia. Nós vamos ficando vazios e nessa altura é fácil encherem-nos com qualquer coisa. Cuidado, meus amigos, cuidado não deixem a cultura morrer.



Lisbon's Blood Vessels – A mapping experiment from Pedro Miguel Cruz on Vimeo.

2 comentários:

  1. Não concordo com esta análise do fusível. Estará menos menos activo por falta de pagamento da electricidade?

    ResponderEliminar
  2. Nem sempre se pode agradar todos. Pode ser que da próxima seja um assunto com as contas em dia.

    ResponderEliminar