segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Gosto mas não gosto.

De uma forma geral, as pessoas são contra a publicidade. Acham que é enganadora, manipuladora e uma coisa supérflua. A verdade é que a publicidade é uma forma de comunicação legítima, até porque há leis que fazem com que tenha que ser verdadeira, muito embora todos desconfiem dela. Isto é uma tentativa de culpar terceiros do consumismo a que nos sujeitamos para ter a consciência tranquila. Mas a verdade é que, se eu não gostar de couve roxa, pode vir a melhor publicidade do mundo que eu não vou comprar nem querer comê-la. 

As pessoas esquecem que ela é uma ferramenta útil que nos ajuda a escolher coisas. Imaginem um supermercado sem marcas, onde os produtos estavam todos em embalagens iguais, onde a escolha seria uma coisa aleatória, um totoloto de produtos que, como consequência, não seriam diversificados. 

Imaginem-se a precisar de um canalizador e não ter forma de o contactar porque ele, por seu lado, não tinha forma de se fazer ouvir. 

Imaginem-se numa papelaria a comprar um jornal e não saber qual vos ia calhar porque as capas eram normalizadas. 

Todas estas pequenas coisas são abafadas por alguns radicalismos que não aceitam a publicidade como uma forma de comunicação que por vezes pode mudar o mundo de uma forma positiva. 



7 comentários:

  1. a propósito disto: http://www.tvi24.iol.pt/internacional/australia-tabaco-cigarros-lei-macos-tvi24/1300933-4073.html

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  2. Marca, publicidade e propaganda não são a mesma coisa...
    Ninguém tem nada contra marcas, porque como dizes, são essenciais para a informação do consumidor e até à sua liberdade de escolha.
    O chato da publicidade é ser intrusiva. Eu gosto de saber que a PT tem internet mais rápida, mas gostava de ter essa informação quando entender que preciso dela e não que ela me seja "enfiada pelos olhos dentro" de cada vez que ando de metro...

    Quanto a ser enganadora, há, evidentemente casos e casos... Alguém acredita que o Blanka tira nódoas de óleo daquela maneira? Claro que a tal lei exige que haja uma nota de rodapé a dizer "efeito dramatizado" ou qualquer coisa assim, mas a verdade é que o que é mostrado não é exactamente a realidade e nesse sentido há publicidade que, quer queiras quer não, falta à verdade. Tal como o texto lido a correr no final dos anúncios a produtos bancários. Resta-nos a nós ter cuidado com isso...

    Quanto à Benetton, parece-me que procura vender uma ideia (e essas sim, podem mudar o mundo!) e isso é propaganda não é publicidade, a meu ver... Claro que o faz por uma questão de "posicionamento da marca" ou qualquer expressão sofisticada dessas, e nesse sentido trata-se no fundo de publicidade, mas sem dúvida que a ideia que vende é louvável, e vale sempre a pena provocar algumas instituições (sobretudo as que não gostam que o mundo mude)...

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  3. Se as marcas não comunicarem, também não as consegues distinguir. Pegando no exemplo do canalizador, se ele não se publicitar como produto, não sabes onde o ir buscar.

    Em relação a haver publicidade intrusiva e que falte à verdade, não faz de toda a publicidade uma coisa igual. Se toda ela fosse perversa e prevaricativa, a nossa sociedade era bastante estranha.

    A generalização da publicidade é o que faz com que seja facilmente odiada. No entanto, é engraçado como todos gostamos de recordar os nossos anúncios preferidos que nos acompanharam ao longo da vida, e que nos trazem nostalgia em vez de malícia ou ódio.

    Uma das músicas que sei de trás para a frente é a da Coca-Cola de há uns anos atrás e ainda hoje não gosto desse produto mas canto a música com alegria.

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  4. Claro que a publicidade não é toda igual, por isso é que disse que há casos e casos... Como em praticamente tudo, há uns mais desonestos que outros. Mas a verdade é que quando precisar de um canalizador pergunto a alguém que conheça um ou pego nas páginas amarelas , ou no google, ou em qualquer coisa assim - ou seja, procuro activamente a informação - em vez de coleccionar os cartões e panfletos que me enfiam na caixa de correio sem eu os pedir. (E agora podia ser interessante discutir porque é que o conceito de "publicidade não solicitada" só existe para as caixas de correio e não é generalizado a outras situações, mas isso fica para outro dia)

    Quanto aos anúncios antigos concordo contigo mas acho que aí já não tem nada a ver com publicidade, só com nostalgia (e eventualmente com estarmos a projectar a nossa vida nessa altura para o anúncio)... Acho que daqui a uns anos ainda nos vamos lembrar das campanhas da Popota ou da campanha da vodafone de cada vez que ouvirmos Dandy Warhols, mas isso não quer dizer que não tenhamos odiado a maneira como fomos massacrados com elas na altura. Claro que o facto de nos lembrarmos delas é sinal de que resultaram/estavam bem feitas, mas que raio às vezes os fins não justificam os meios ;)

    Beijinhos

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  5. Podes procurar publicidade ativamente e ela pode encontrar-te. Quando ela te encontra não é necessariamente mau. O pregão de uma peixeira, ou a flauta do amolador também te entram pela casa a dentro. Sei que, por vezes, a publicidade é intrusiva, mas faz parte da sua história fazer-se ouvir e adaptar-se aos meios que tem, sempre o fez. O que mudou agora foi algumas marcas não respeitarem a barreira do espaço privado, ou até onde se pode ir.

    Provavelmente é impossível perceber o seu papel ao vivermos num mundo que cada vez recorre mais à autopromoção.

    De qualquer forma, é isso que fazemos quando, por exemplo, mandamos um CV ou um portfolio espontâneo e ninguém se ofende.

    Em relação à “publicidade não solicitada” tem que ver com o facto da caixa de correio ser tua e o teu espaço privado de receber informação. Na televisão, por exemplo, escolhes canais diferentes que têm a sua forma de organizar as grelhas de programação com os respetivos espaços publicitários.

    Esta discussão descambará mais se entrarmos para propaganda do que com caixas de correio.


    :)

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