terça-feira, 8 de novembro de 2011

Não.sei.que.mais, unidade sindical!




O sindicalismo nasceu numa altura em que a máquina era uma ameaça para o homem trabalhador (homem e mulher, para não ferir suscetibilidades). Numa tentativa de combater uma vida de trabalho de escravo onde não havia direitos, as pessoas juntaram-se na luta de um interesse comum, na procura de uma vida mais digna. 


Com o passar dos anos o proletariado tem um inimigo que não é a máquina, nem as novas tecnologias. Muito embora continue a tentar sobreviver contra o capitalismo, já não trabalha (na sua maioria) com as mãos. O proletariado são as pessoas que vendem trabalho intelectual, que continuam a lutar pelos seus direitos, mas estão dispersos, já não são uma classe única e específica. 


E com isto, os dois principais dirigentes sindicais de Portugal perderam razão, mas o que me faz confusão é que não perderam força. Muito embora os anos passem. Continuam a mobilizar só porque sim, determinados grupos a greves sem fazerem uma negociação dos direitos como deve ser, por vezes nem sequer verosímil. O poder negocial limitou-se à força que têm de fazer greve, atrás de greve, atrás de greve, até deixar de fazer sentido. Quem sai prejudicado são todos os trabalhadores, os que acreditam que estão a ser defendidos e os que sofrem as consequências destas greves sem causa. 


E estes dois grandes sindicatos que se dizem pelos trabalhadores, ficam contentes porque, na verdade, só pensam na sua visão pessoal e egoísta de continuar a mobilizar através de demagogia. 


Não sou contra as greves, sou contra esse egoísmo hipócrita de quem luta por si camuflado de uma luta comum.


2 comentários:

  1. Lê-se no comunicado à imprensa apresentado por 31 quadros da Metro do Porto onde enunciam «oito bons motivos» para a NÃO adesão da empresa à greve desta terça-feira:
    «Claro que todos temos direitos mas, tanto quanto direitos, temos obrigações, deveres, lucidez e bom senso. E é por isso que não fazemos greve: por termos a obrigação de manter uma empresa racional e equilibrada e o dever de, todos os dias, garantir a mobilidade de milhares e milhares de pessoas».

    Vale o que vale. Espero que o espírito seja o de encontrar formas de luta ajustadas aos TEMPOS MODERNOS

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  2. Como alguém disse ontem "estávamos todos solidários com eles e com a sua luta, até decidirem fazer greve".

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