segunda-feira, 28 de março de 2011

Caiu-me tudo

O Primeiro-Ministro demitiu-se, o líder da oposição ajudou, mas a culpa é dos dois. Resumidamente foi isto que aconteceu na política portuguesa. A crise saiu a ganhar porque todos a assumiram finalmente com todas as letras, como se não estivesse já instaurada há uns anos por causa da má gestão de dois partidos (que não vou dizer quem são, porque não sou de intrigas), e por causa de uma oposição demasiado literal na sua função.
Tudo isto pôs-me a pensar: Mas afinal quem é que eu quero que me represente no parlamento?
O que mais me assustou foi realizar o que de alguma forma já sabia, mas que andava a evitar: Não simpatizo nem com um líder, nem com outro, nem simpatizo especialmente com ninguém de nenhum partido. Pior ainda, não simpatizo com a crise.
E foi aí que percebi que, mais do que ter caído um governo, caíram todos os meus ideais.
Com isto não quero dizer que desisti de alguma coisa, mas é difícil pensar que ainda faltam muitos anos para haver uma nova geração de políticos que podem, eventualmente, estar na mesma luta que eu, por terem passado pelas mesmas dificuldades. Volto a salientar o eventualmente.
Porque, agora, existem, partidos que não se falam, duas gerações que não se falam  e outras pessoas que não se falam, muito à imagem dos dois líderes dos maiores partidos em Portugal. Parece que trabalhar de costas viradas uns para os outros sem pensar nos problemas de uns e de outros (que é como quem diz, pensar nos problemas em geral), está enraizada na nossa cultura.


  

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