terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Insegurança Social

A minha conta foi penhorada pela segurança social. Tal como eu, tenho vários amigos a quem aconteceu o mesmo. Sem qualquer aviso prévio, com um aviso tardio do banco, descobrimos da pior forma que o acesso à nossa conta à ordem estava vedado. 

Vistas as coisas de um prisma frio e distante, a culpa é nossa de não termos pago a esta instituição. A verdade é que ela é o motivo da nossa insegurança mensal. Todos nós estamos a recibos verdes e temos volumes de trabalho que variam conforme o mês, não temos rendimentos mensais constantes. O que nos deixa na seguinte posição ao final do mês: Comer e estar alojado ou pagar a segurança social? Normalmente preferimos a primeira hipótese.

Não percebo bem até onde os governos querem ir quando nos sobrecarregam com impostos, taxas e outros que tanto cada vez mais impossíveis de pagar. A geração dos mil euros já deu lugar, há muito tempo, à geração dos “700 já é muita bom”. 

E como é que uma pessoa que, na melhor das hipóteses, tem este ordenado gere a sua vida? Ora, depois de levar o corte aproximado de 150 euros da segurança social, de pagar uma renda de 300 euros (isto se estiver a partilhar casa com outra(s) pessoa(s)), depois do passe social com metro e carris que ronda os 34 euros, depois de 150 euros de compras em alimentos e produtos para um mês (isto tudo gasto em marcas brancas e sem muita proteina, claro) sobram uns belos 66 euros. Se por acaso se tiver que ir ao dentista, ou ao hospital, se por acaso tivermos que comprar roupa, se por acaso tivermos outro acaso estamos tramados.

Eu tenho meses que ganho menos de 700 euros. Como é que sobrevivo? Por exemplo, não pago segurança social. Se me derem outra solução, não me importo de a pagar, mas tão cedo não vejo bem como dar a volta a este assunto.

Afinal o meu futuro não está à venda, já está penhorado.



4 comentários:

  1. segundo S. Lucas, Jesus terá dito "Ai de vós também, intérpretes da Lei! Porque sobrecarregais os homens com fardos superiores às suas forças, mas vós mesmos nem com um dedo os tocais." (Lucas 11:46) --- mas isto foi há mais de 2000 anos; de lá para cá tudo mudou para afinal tudo ficar na mesma

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  2. Jesus tinha mais que razão.

    Para resolver esta situação tive que ir à segurança social onde, com a senha nº11, demorei 3 horas (quando me atenderam, demorei 5m).

    Agora, tenho que esperar um máximo de 15 dias úteis para receber uma guia por mail e pagar a primeira prestação da minha dívida por cheque ou transferência bancária (o que é uma ótima solução para quem tem a conta penhorada).

    Depois, tenho que voltar à segurança social com o comprovativo e esperar um máximo de 5 dias úteis para eles contactarem com o meu banco. Têm que ser eles, eu não posso ficar com nenhum comprovativo e tratar no dia deste problema.

    Tendo em conta a época festiva, prevejo só ter acesso ao meu dinheiro em 2012. Valem-me os amigos e família. O Estado é o meu pior inimigo.

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  3. ao mínimo descuido caem-nos em cima; entretêm-se com tostões e deixam fugir milhões; resta-nos a impotência do vernáculo e do vitupério sempre evitando referir a mãezinha de quem nos desgoverna

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  4. recebi finalmente a carta da segurança social a avisar que me iam bloquear a conta. O timing não podia ser melhor já que tenho as coisas encaminhadas. O problema é que, legalmente, ficaram protegidos...

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