quinta-feira, 10 de maio de 2012

Portugal e o culturismo


A cultura em Portugal está gradualmente a desaparecer. Um bocado à imagem de quando cortávamos o nosso próprio cabelo, ou o cabelo de um boneco, em criança: corta-se um pouco ali, outro bocadinho ali para acertar e, quando se dá por isso, estamos com um penteado mais que foleiro e sem cabelo para ajeitar. 

Sem ministério da cultura, a dita fica sem forma de dar nas vistas. Isto não quer dizer que, quando havia esse tal ministério, ela fosse o centro das atenções, muito pelo contrário. É por isso que faz falta o governo dedicar-se a ela. 

Sem um investimento na nossa cultura, passamos a ser um povo que executa, um povo que não sabe ser criativo e sem identidade. Esta é uma das características fundamentais a qualquer área de trabalho. Sem uma lufada de ar fresco, tornamo-nos vazios e autómatos. Estamos a ficar sem cinema, estamos a ficar sem exposições, estamos a ficar sem música, estamos a ficar sem teatro, entre outros. E isto porque se corta o tal bocadinho ali, outro acolá. 

Toda esta atitude política (nossa e deles) faz-me lembrar um poema da altura do nazismo na Alemanha: 


Quando os nazistas levaram os comunistas,

eu não protestei,

porque, afinal,

eu não era comunista.

Quando eles prenderam os sociais-democratas,

eu não protestei,

porque, afinal,

eu não era social-democrata.

Quando eles levaram os sindicalistas,

eu não protestei,

porque, afinal,

eu não era sindicalista.

Quando levaram os judeus,

eu não protestei,

porque, afinal,

eu não era judeu.

Quando eles me levaram,

não havia mais quem protestasse

 Poema atribuído a Martin Niemöller



2 comentários:

  1. Está a desaparecer está. Vê-se no «culturísmo» do título.
    Passar bem.

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  2. Agradecemos o aviso do erro, há sempre pequenas coisas que escapam e é sempre bom ter um par de olhos a mais.

    Temos pena é que, com tanta coisa para comentar no blog, só o acento errado é que chamou a atenção...

    Ficamos à espera de uma próxima intervenção.

    Obrigada

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