terça-feira, 17 de julho de 2012

Inidentidade


Hoje em dia consideramo-nos todos revolucionários porque aderimos a eventos políticos no facebook; consideramo-nos todos fotógrafos, porque tiramos montes de fotos nas nossas máquinas digitais; consideramo-nos todos artistas porque colamos umas coisas ou fazemos bijuteria; consideramo-nos todos escritores, porque temos blogs, ou coisas parecidas, onde escrevemos o que nos passa pela cabeça; consideramo-nos todos cultos porque lemos os títulos gordos de todos jornais na internet; consideramo-nos uns bichos sociais porque temos montes de amizades virtuais; achamos todos que somos cozinheiros porque fizemos um workshop de sushi no mês passado; consideramo-nos todos ecologistas, porque separamos o lixo de vez em quando; consideramo-nos todos aptos para treinadores, porque seguimos todos os anos o mundial ou o euro (e porque temos o melhor jogador do mundo); consideramo-nos solidários porque damos comida para o banco alimentar uma vez por ano.

Consideramo-nos todos muito mais do que somos mas, na realidade, andamos a desenrascar uma vida. Afinal, o que é que somos realmente?



2 comentários:

  1. Ser é uma bela questão...
    Somos um caderno onde deus escreve.
    Somos uma probabilidade infinita, com data de validade e ficamos doentes por não saber ser e não reparar que é suposto ir sendo.
    Somos demónios na nossa cabeça e anjos no coração;
    Somos um nada em relação a tudo e um tudo face a nada.

    Somos uma Caldeirada.

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    1. Sim, realmente não somos: vamos sendo.
      E, definitivamente, eu sou uma caldeirada.

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