segunda-feira, 17 de setembro de 2012

A culpa não é da Troika


Após o último sábado, chegou-se à conclusão que nunca uma manifestação foi tão grande, o que comprova o descontentamento do povo, as injustiças sociais, a falta de trabalho, o receio pelo futuro, etc.

Os fatores que deram origem ao protesto foram disseminados na nossa sociedade há muito tempo, foram crescendo lentamente e agora desabrocham a olhos vistos, numa densa acumulação de consequências que não nos deixam ver o passado. 

Focamo-nos, por isso, no que nos está mais perto, no que nos é mais imediato.
As atenções e a raiva viram-se para a Troika, para o FMI, para o Banco Central Europeu e para a Merkel.  

Não foram eles que nos trouxeram aqui (muito embora tenham contribuído, nestes últimos tempos, para um declínio), foi uma sucessão de governos e governantes que sempre privilegiaram as grandes empresas e os grandes grupos económicos, deixando o resto das classes  desprotegidas; Foram as ascensões mágicas de quem passa rapidamente de ministro a gestor privado; foi a constante descredibilização de quem tem poder e/ou de quem nos representa, desde vários autarcas habituados a desvios, a economistas fantásticos que estão no governo; é termos pessoas que se calam constantemente em momentos em deviam falar; falam muito quando deviam estar caladas e por ai fora.

Ou seja, quando a Troika e o FMI saírem daqui, quando a Merkel se reformar, quem é que vai tomar conta do nosso país? Em quem é que acreditamos? Quem irá suceder a este governo, ao governo a seguir?

E ai lembro-me que atravessamos uma crise económica mas, também, uma crise de valores. 









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