segunda-feira, 11 de abril de 2011

Boa, boa, continuem a empurrar os jovens para o estrangeiro.

Todos tentam resolver a crise de forma estratégica, económica e burocrática. Por mais impostos, por mais PECs, por mais cortes orçamentais, o que será do nosso país, daqui a uns anos, quando não estiver cá ninguém para o governar?

Grita-se por aí que nunca houve tanta gente a emigrar desde a década de 60, que há uma enorme exportação de pessoas qualificadas, mas ninguém faz nada para os travar, muito pelo contrário. O Estado anda a abrir portas para se fugir mais rápido. Exemplo disso é InovContacto. Neste programa cofinanciado pelo Estado, é dada uma oportunidade aos jovens de irem fazer um estágio remunerado no estrangeiro por um período mínimo de 6 meses. Até aqui tudo bem e bonito. O problema é que quando estes jovens voltam, recebem uma palmadinha nas costas e um grande “Agora que já viste como é bom estar lá fora, bem-vindo ao desemprego e aos recibos verdes”.

Que fique claro que sou muito a favor do InovContacto, mas sou completamente contra o desaproveitamento da experiência que cada um dos não sei quantos mil jovens traz. 

Isto é só um exemplo que nos faz fugir, mas há mais. Casos de pessoas que trabalhavam  em projetos interessantes, que só foram reconhecidas quando foram para o estrangeiro; artistas que lutam, mas só depois de exposições “lá fora” são apreciados pelos seus conterrâneos; depois há o fenómeno “temos um granda génio, vamos dar-lhe toda a atenção e esquecer que podem haver mais”, e é ver os subsídios, por exemplo, do cinema a irem sempre parar aos mesmos tipos, ano após ano, que já deviam ter vergonha na cara, ser autossuficiente e deviam dar oportunidade a quem está a começar.

Caros senhores dirigentes, não exigimos nada de muito complicado, pedimos apenas a esses grandes cérebros que nos governam o mesmo que pediram à Europa: sejam criativos. É que, depois, não se admirem de não estar cá ninguém para votar em Vexas., muito embora já tenham um nome para isso: abstenção. 


2 comentários:

  1. Os jovens que querem ficar cá e ser empreendedores, deparam-se com problemas antagónicos como a possibilidade de formar rapidamente uma “empresa na hora", mas as despesas que têm no final do mês e em cada trimestre são elevadíssimas. Não há redução de impostos para micro empresas (são avaliadas como médias empresas) nem para os primeiros anos de início de actividade colectiva.
    Se não houver dinheiro inicial de investimento para a empresa, torna-se muito complicado manter o negócio devido à carga fiscal.

    É verdade que existem os QRENs e os outros incentivos, mas são pontuais e para um número muito reduzido de empresas, até porque já não somos tão beneficiados pela união europeia e, daqui a poucos anos, acabam com estes financiamentos. A medida política que deveria ser tomada para incentivar o empreendedorismo, seria a redução de carga fiscal de acordo com os benefícios (lucros reais) que as empresas têm.

    Caso contrário vão continuar constantemente a abrir e a fechar negócios causando apenas prejuízo à nossa economia.

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  2. Percebo perfeitamente. Acho que essa falta de incentivos faz com que se procurem formas de dar a volta à situação. Como consequência, o Estado e o estímulo económico são penalizados e é dissipada uma ajuda que faz tanta falta nesta altura do campeonato. Resta-nos fugir para o estrangeiro?

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